Meus depoimentos
Claudia: O que falar dessa amiga encantadora? Sim, pois, considero que esta seja a melhor definição para essa linda mulher. Ela me encantou aos meus 07 anos ou menos, quando eramos vizinhas e dalí em diante por oito maravilhosos anos fomos cumplices em todas as aventuras e descobertas. Éramos unha e carne, o trio que formamos junto com a Karica aterrorizava desde os meninos com cartinhas românticas, ainda no primeiro amor, até a vizinhança da praia com nossas folia. Aprontavamos na academia, no cinema, no shopping aos sábados, nas pizzarias, nas festas de aniversários. Bons tempos aqueles em que nossa única preocupação era nos reunir para a próxima missão, até peça de teatro montamos p/ as crianças do HCPA, coreografias com direito a figurino e maquiagem, tirar um sorriso deles era fichinha. E toda essa alegria e felicidade não poderia ter ocorrido sem o seu encantamento, pois, sempre foi você que nos liderava e fazia com que nossos tormentos e aflições desaparecessem nem que apenas por alguns instantes. Sinto falta daquela época. Saudade. Tua amiga Cláudia.
Foi uma surpresa receber esse recadinho, totalmente inesperado, de uma amiga que já faz uns 11 anos que perdi contato. Nem sempre a vida é como desejamos e as coisas que aconteceram comigo, naquele tempo, fizeram com que me afastasse dela.
A Cláudia era minha melhor amiga, sempre estudamos juntas. Passávamos praticamente uma na casa da outra, era minha segunda irmã. Tínhamos planos de casar e ter nossos filhos batizados por nós, morarmos no mesmo bairro, frequentarmos o mesmo clube da terceira idade, compartilhávamos PLANOS, essas coisas. .
Acontece que nem sempre se pode voltar atrás, da mesma maneira que não se pode reescrever o passado. Sinto muito ter deixado as coisas aconteceram assim, deixar o tempo agir, quase que imperceptível, mas irremediavelmente implacável, construindo nossas histórias cada vez mais separadas, distantes.
Mas hoje, se tivesse um pedido atendido, algo palpável e possível de ser realizado, sem maiores estresse, adoraria uma tarde que fosse, de conversa solta e descontraída, daquelas regadas a Coca bem gelada e uma comédia romântica, ainda no vídeo-cassete, como fazíamos lá nos meus saudosos 15 aninhos, entre confissões de adolescentes e várias gargalhadas.
Sinto falta também...
Caroline
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Um sonho...
Ando sem muita inspiração pra escrever aqui. Acho que todos passam por isso, não é? Verão também é fogo, da aquela moleza, preguicite aguda. Tenho trabalhado só pela manhã, o que ajuda bastante, já que chego em casa e vou direto tomar um banho bem geladinho, revigorante. Sexta passada fui conhecer o bebê de uma grande amiga, que chegou na quinta feira, nesse mundo doidão. Passei a tarde com ela, na maternidade, curtindo aquela coisinha tão fofa e frágil. Acho que enlouqueceria, só em pensar que aquele pedacinho de gente ia , inevitavelmente, passar por tanta coisa, sofrer, se machucar, essas coisas da vida.
Ser mãe não deve ser fácil, viu? Aí lembrei da minha, de tudo que já passou, pra que sentíssemos menos possível esses revés do dia a dia. Deve ser muito triste, aquela mãe que é obrigada a ver seu filho se afundar nas drogas, ou aquela que zela pelo seu, em uma cama de hospital. Mamãe sempre foi minha melhor amiga. Em todos momentos, bons e ruins, se fez e faz presente, com seu amor incondicional. Isso é o que recebo, desde que me conheço por gente. E é isso que me faz ter a certeza de que seria uma boa mãe, pois acredito que só damos aquilo que recebemos. Com algumas exceções, claro, como algumas pessoas que conseguem cultivar bons sentimentos, mesmo que sejam tratadas abaixo de mal tempo. Ainda bem que é assim, afinal, Deus me livre de gente rancorosa e mal amada.
Acredito que os planos pra minha pessoa sempre foram além de “virar os olhinhos” e colocar mais um inocente no mundo. Ser mãe de coração, por opção, é a escolha pelo amor de doação. Acredito que tenha, em algum lugar, algum "pacotinho" esperando por mim, pra receber todo esse carinho incondicional. É até engraçado, como Deus escreve certo, mesmo que por linhas tortas. Sempre trabalhei com crianças. Foram tantos e tantos “filhos emprestados” que passaram por mim. Esses dias recebi uma cartinha, de uma menina que foi minha aluna, quando tinha 5 anos, me convidando para festa de 15. “Guenta” coração! Por isso digo que não tem amor mais verdadeiro, gratuito e puro, do que esse que recebo a cada dia, desses meus anjinhos. Foram 10 anos, mas as lembranças ternas seguem com ela, dos dias em que estivemos juntas, como relatou na cartinha, me enchendo de felicidade. Não há nada no mundo que pague isso.
Adio a concretização deste sonho (o maior de todos) numa boa. Sei que ainda terei um filhotinho lindo, que me chamará de mamãe, fazendo de mim a mais babona do mundo. Mesmo que não venha da barriga, mas virá pra ficar num lugar muito especial, certeza. O nascimento do Luquinhas, na semana passada, só aflorou ainda mais essa vontade. Minha vida, de modo geral, tem dado muito certo. Nesse ano ei de me estruturar, ainda mais, dando assim os primeiros passos pra realização deste sonho, o número 1. Por que fazer é fácil...
Enquanto isso, vou curtindo os rebentos dos outros. “Baldando” e mimando bastante a criançada, pra alegria das mamães... hehehe
Caroline
( Lucas, na preparação pro primeiro banho - EU estava lá =D)
Ser mãe não deve ser fácil, viu? Aí lembrei da minha, de tudo que já passou, pra que sentíssemos menos possível esses revés do dia a dia. Deve ser muito triste, aquela mãe que é obrigada a ver seu filho se afundar nas drogas, ou aquela que zela pelo seu, em uma cama de hospital. Mamãe sempre foi minha melhor amiga. Em todos momentos, bons e ruins, se fez e faz presente, com seu amor incondicional. Isso é o que recebo, desde que me conheço por gente. E é isso que me faz ter a certeza de que seria uma boa mãe, pois acredito que só damos aquilo que recebemos. Com algumas exceções, claro, como algumas pessoas que conseguem cultivar bons sentimentos, mesmo que sejam tratadas abaixo de mal tempo. Ainda bem que é assim, afinal, Deus me livre de gente rancorosa e mal amada.
Acredito que os planos pra minha pessoa sempre foram além de “virar os olhinhos” e colocar mais um inocente no mundo. Ser mãe de coração, por opção, é a escolha pelo amor de doação. Acredito que tenha, em algum lugar, algum "pacotinho" esperando por mim, pra receber todo esse carinho incondicional. É até engraçado, como Deus escreve certo, mesmo que por linhas tortas. Sempre trabalhei com crianças. Foram tantos e tantos “filhos emprestados” que passaram por mim. Esses dias recebi uma cartinha, de uma menina que foi minha aluna, quando tinha 5 anos, me convidando para festa de 15. “Guenta” coração! Por isso digo que não tem amor mais verdadeiro, gratuito e puro, do que esse que recebo a cada dia, desses meus anjinhos. Foram 10 anos, mas as lembranças ternas seguem com ela, dos dias em que estivemos juntas, como relatou na cartinha, me enchendo de felicidade. Não há nada no mundo que pague isso.
Adio a concretização deste sonho (o maior de todos) numa boa. Sei que ainda terei um filhotinho lindo, que me chamará de mamãe, fazendo de mim a mais babona do mundo. Mesmo que não venha da barriga, mas virá pra ficar num lugar muito especial, certeza. O nascimento do Luquinhas, na semana passada, só aflorou ainda mais essa vontade. Minha vida, de modo geral, tem dado muito certo. Nesse ano ei de me estruturar, ainda mais, dando assim os primeiros passos pra realização deste sonho, o número 1. Por que fazer é fácil...
Enquanto isso, vou curtindo os rebentos dos outros. “Baldando” e mimando bastante a criançada, pra alegria das mamães... hehehe
Caroline
( Lucas, na preparação pro primeiro banho - EU estava lá =D)
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Conto de areia
Mamãe esperou trinta anos de sua vida pra ver seu maior sonho realizado. Ela conta que cada minuto, de cada gestação que teve (foram duas), foi curtido intensamente. Depois de tudo pronto, quarto e roupinhas, fora os vários babeiros pra tias e tios, fechou os noves meses e nada. Até certo ponto minha mãe estava tranqüila, afinal cada bebê tem seu tempo. Tudo seria ao natural e a sua guriazinha chegaria na hora que Deus mandasse. No fim a espera foi virando ansiedade e aquele bebê estava mais pra filho de burro, tinha empacado lá dentro e nada no mundo fazia com que saísse. Veio a mudança de lua, e nada. Barriga mais baixa, bolsa rompida, e nada. Até que não teve escapatória, acabou a espera com uma cesariana e um bebê que já passava do tempo, dentro de uma incubadora neonatal.
Tudo isso pra contar uma história bem fofa, que começa lá no meu nascimento. Sempre fui uma criança muito saudável, graças a Deus e aos cuidados que tive, mas já dava sinal que meus pais teriam muito trabalho, desde as primeiras horas de vida. Dito e feito, era muito travessa, algo que me colocava em situações de apuros, vez que outra. Muito destemida, ou melhor, sem noção mesmo, desde os primeiros passos, era um perigo se quer pensar em piscar e nisso me perder de vista. Teve uma vez, que brincando de índio com minha mana, coloquei fogo numa mochila, pra fazer uma fogueira. Se mamãe não chegasse a tempo, o estrago poderia ter sido bem maior, além do carpete e uma cortina chamuscada. Perdi as vezes do número de visitas ao pronto socorro, hora com algo enfiado nas narinas ou ouvidos, outra por me quebrar ao cair de bicicleta ou escalando os móveis. Até os setes anos foi assim, um permanente sinal de alerta. Em todas minhas fotos de pequena, as que minha mãe aparece, sempre tem carinha de cansadona. Dá um dó.
Sei que a coisa foi ficando demais, conforme eu crescia. Como não tinha noção, nem medo do perigo, precisava de vigia constante. Nas férias de inverno, em 86, fomos pra casa de praia. Como lá era mais tranqüilo, ficávamos mais soltas, pra correr no pátio, andar de bici, brincar de pique esconde e até mesmo se aventurar longe das vistas de nossos pais. E foi numa dessas, que sai pedalando, pra espairecer, em direção ao mar, a duas quadras de casa. Não consigo lembrar direito desse dia, sei pelo que minha mãe conta. O que ficou guardado foi o desespero, na hora que me encontraram. O choro de mamãe, enquanto quase me esmagava num abraço. Disso eu lembro, mas de resto, quase nada.
Custou um tempinho curto, pra que dessem minha falta, mas foi o suficiente pra eu chegar até beira mar. Minha mana sempre foi mais paradona, desligada mesmo. Mamãe conta que era uma graça, ela toda gordinha, tentando acompanhar minhas traquinagens. Tínhamos ficado as duas andando de bicicleta no pátio de casa e provavelmente ela nem tenha se dado conta que sai. Quando meus pais me acharam, estava sentada ao lado da bicicleta, olhando o mar. Depois de mais calma, quando me perguntaram o que fazia lá, falei que minha amiguinha havia me levado pra ver uma moça. Importante contar que tinha essa amiga imaginária (Bêla), que tenho certeza ser um anjinho que me acompanha até hoje, embora já não tenhamos a mesma comunicação daquela época, mas está sempre aqui, no coração. Como já contei uma vez, minha mãe é kardecista e praticante na sua mediunidade, e foi no espiritismos que encontrou algumas respostas, que muito a ajudaram a lidar melhor com esse meu espírito “fujão” , como explicaram mais tarde e outra hora posso até contar aqui.
Sei que foi no verão, do ano seguinte, que veio parar em meus pés um chaveiro, com a foto daquela moça tão linda, que havia visto no mar. Corri até minha mãe, contando que foi ela que tinha visto. Então, dentro do possível, mamãe explicou a história desta mulher, que cuida de todos os mares e seus filhos. E foi aí que minha curiosidade havia sido tocada, através deste fato que aconteceu lá na minha infância, e que aos 14, 15 anos, fez eu conhecer mais a fundo essa história tão linda, desta mãe guerreira, tão presente em minha vida, tão viva dentro de mim. Sempre íamos pra praia no verão e ficávamos “murchas”, de tanto molho n’água. Todos os anos o mar deixava em meus pés seus espelhos, pentes, chaveiros, batons e flores. Conforme fui crescendo, vieram várias fases e uma delas era de “guria metida a surfista”. Quem mora aqui no sul bem sabe como é nosso mar. Foram muitas as vezes que brigava feio contra o repuxo, ou aquele Nordestão, que virava a maré de pernas pro ar. Não teve um dia se quer que deixasse de pedir licença e proteção pra entrar nas águas de Iemanjá, assim como não teve um só dia em que não me senti parte daquela imensidão azul. Fechava os olhos e buscava ouvir seu canto, quem sabe vê- la, entre uma onda e outra, qualquer coisa que a trouxesse pra mais perto. Mas quem disse que precisa provas, pra sentir?
É nesse marzão que recarrego minhas forças e renovo energias. São nessas águas que recebo seu colo de mãe. Coisa boa, viu? Estava precisando mesmo...
E todos os anos é assim, jogo flores no mar, pra Iemanjá.
Vou jogar flores no mar, pra Iemanjá.
Que ela proteja a todos nós!
Caroline
Tudo isso pra contar uma história bem fofa, que começa lá no meu nascimento. Sempre fui uma criança muito saudável, graças a Deus e aos cuidados que tive, mas já dava sinal que meus pais teriam muito trabalho, desde as primeiras horas de vida. Dito e feito, era muito travessa, algo que me colocava em situações de apuros, vez que outra. Muito destemida, ou melhor, sem noção mesmo, desde os primeiros passos, era um perigo se quer pensar em piscar e nisso me perder de vista. Teve uma vez, que brincando de índio com minha mana, coloquei fogo numa mochila, pra fazer uma fogueira. Se mamãe não chegasse a tempo, o estrago poderia ter sido bem maior, além do carpete e uma cortina chamuscada. Perdi as vezes do número de visitas ao pronto socorro, hora com algo enfiado nas narinas ou ouvidos, outra por me quebrar ao cair de bicicleta ou escalando os móveis. Até os setes anos foi assim, um permanente sinal de alerta. Em todas minhas fotos de pequena, as que minha mãe aparece, sempre tem carinha de cansadona. Dá um dó.
Sei que a coisa foi ficando demais, conforme eu crescia. Como não tinha noção, nem medo do perigo, precisava de vigia constante. Nas férias de inverno, em 86, fomos pra casa de praia. Como lá era mais tranqüilo, ficávamos mais soltas, pra correr no pátio, andar de bici, brincar de pique esconde e até mesmo se aventurar longe das vistas de nossos pais. E foi numa dessas, que sai pedalando, pra espairecer, em direção ao mar, a duas quadras de casa. Não consigo lembrar direito desse dia, sei pelo que minha mãe conta. O que ficou guardado foi o desespero, na hora que me encontraram. O choro de mamãe, enquanto quase me esmagava num abraço. Disso eu lembro, mas de resto, quase nada.
Custou um tempinho curto, pra que dessem minha falta, mas foi o suficiente pra eu chegar até beira mar. Minha mana sempre foi mais paradona, desligada mesmo. Mamãe conta que era uma graça, ela toda gordinha, tentando acompanhar minhas traquinagens. Tínhamos ficado as duas andando de bicicleta no pátio de casa e provavelmente ela nem tenha se dado conta que sai. Quando meus pais me acharam, estava sentada ao lado da bicicleta, olhando o mar. Depois de mais calma, quando me perguntaram o que fazia lá, falei que minha amiguinha havia me levado pra ver uma moça. Importante contar que tinha essa amiga imaginária (Bêla), que tenho certeza ser um anjinho que me acompanha até hoje, embora já não tenhamos a mesma comunicação daquela época, mas está sempre aqui, no coração. Como já contei uma vez, minha mãe é kardecista e praticante na sua mediunidade, e foi no espiritismos que encontrou algumas respostas, que muito a ajudaram a lidar melhor com esse meu espírito “fujão” , como explicaram mais tarde e outra hora posso até contar aqui.
Sei que foi no verão, do ano seguinte, que veio parar em meus pés um chaveiro, com a foto daquela moça tão linda, que havia visto no mar. Corri até minha mãe, contando que foi ela que tinha visto. Então, dentro do possível, mamãe explicou a história desta mulher, que cuida de todos os mares e seus filhos. E foi aí que minha curiosidade havia sido tocada, através deste fato que aconteceu lá na minha infância, e que aos 14, 15 anos, fez eu conhecer mais a fundo essa história tão linda, desta mãe guerreira, tão presente em minha vida, tão viva dentro de mim. Sempre íamos pra praia no verão e ficávamos “murchas”, de tanto molho n’água. Todos os anos o mar deixava em meus pés seus espelhos, pentes, chaveiros, batons e flores. Conforme fui crescendo, vieram várias fases e uma delas era de “guria metida a surfista”. Quem mora aqui no sul bem sabe como é nosso mar. Foram muitas as vezes que brigava feio contra o repuxo, ou aquele Nordestão, que virava a maré de pernas pro ar. Não teve um dia se quer que deixasse de pedir licença e proteção pra entrar nas águas de Iemanjá, assim como não teve um só dia em que não me senti parte daquela imensidão azul. Fechava os olhos e buscava ouvir seu canto, quem sabe vê- la, entre uma onda e outra, qualquer coisa que a trouxesse pra mais perto. Mas quem disse que precisa provas, pra sentir?
É nesse marzão que recarrego minhas forças e renovo energias. São nessas águas que recebo seu colo de mãe. Coisa boa, viu? Estava precisando mesmo...
E todos os anos é assim, jogo flores no mar, pra Iemanjá.
Vou jogar flores no mar, pra Iemanjá.
Que ela proteja a todos nós!
Caroline