Impaciência. Talvez esse seja um dos meus maiores defeitos. Definitivamente esperar é algo que me deixa inquieta, nervosa. Sempre fui assim. Se tenho um compromisso na hora X, pelo menos 10 minutos antes já estarei no lugar combinado. Por outro lado, fico brava se tenho que esperar por alguém. Salvo aqueles 5, 10 minutos de tolerância, acho maior falta de respeito quem não está nem aí pros outros, parecendo até que vivem em outro fuso horário. Nessas horas, esperar é uma virtude que já não faz parte da minha pessoa.
Esperar... Lembro que desde pequena, acho que lá pelos meus 10 anos, quando comecei a “devorar” livros mais grossinhos, que levavam pelo menos 5 noites para chegar ao então aguardado final da história, já naquele tempo remoto, já dava uma espiada nas ultimas páginas. Sabe como é, nada demais, não, mas gosto de me preparar psicologicamente para o que me espera. E gosto de pensar que sou normal, fazendo isso... hauhauhauhauhauahua
Agora, fora a brincadeira, sou bem assim mesmo. O imprevisível do inesperado me deixa tensa. Nada agravante, que me impeça de seguir em frente, mas se pudesse, adoraria uma bola de cristal e com ela saber dos fatos antes de acontecerem. Certamente teria o lado ruim também, como sofrer por antecipação, mas sei lá... Surpresas não combinam muito com minha pessoa. Sou bem prática, na maioria das vezes. Gosto de ir direto ao ponto, sem enrolação. Coisa que me deixa maluca é: “Nem te conto. Tu não sabe mesmo? Nem desconfia?” Minha vontade é gritar: “Conta logo, pô!!”
Sei que as vezes sou chata, mas fazer o quê? Se não mudei até aqui, com quase 2.9, o negócio é: ame ou deixe- me. Claro que nem tanto ao sol, nem tanto a lua, mas minha impaciência tem vezes que atrapalha um pouco. Teve uma vez, acho que foi nos meus 21 anos, que inventaram uma festa surpresa. Só tem um porém, não sei se bom ou ruim, é que tenho um faro certeiro, pego no ar, se tem algo acontecendo. Aporrinhei tanto minha mãe e mana que elas acabaram me contando tudo. Minha melhor amiga havia planejado a tal festa, que incluía até uma dessas mensagens com telegrama ao vivo, sabe? Cheguei a ficar com dor de barriga, náuseas, por antecipação, só pensando na hora H. Pensando bem, acho que terei que repensar no assunto “bola de cristal”... hehehe
Talvez eu tenha tanto medo do inesperado, dessas surpresas, por que me pegam “desarmada”. Tento manter um certo controle sobre minha vida, claro que tem coisas que escapam das nossas rédeas, mas eu tento, né? Deve ser pq já me machuquei um pouquinho e tenho medo de passar por isso mais vezes. Fazendo terapia, descobri que tenho um bloqueio. Como se construísse um muro de proteção, bem forte e consistente, onde até deixo as pessoas entrarem. Mas toda vez, que sinto em meu coração, que estou me ligando a alguém, bate aquele medo, por não saber o que vai acontecer, de se envolver e perder quem se gosta.
Em seguida que meu pai se foi, pouco tempo depois, perdi minha avó. Aquilo me deixou uma sensação tão ruim, que entrava em pânico, cada vez que mamãe atrasava um pouco pra chegar em casa do trabalho. Morria de medo que ela não voltasse, imaginava mil coisas, um acidente, um mal súbito, sei lá... Isso já adolescente. Fizemos terapia em família e isso ajudou bastante. É bem verdade que sempre ficam alguns vestígios, tem cicatrizes, que mesmo curadas, em dias de chuva ainda doem um pouco. Eu tenho as minhas, sendo que uma delas é esta. E aprender a conviver com esse medo é um grande desafio. Toda vez que se perde alguém que se gosta muito, vai junto um pouco de nós... Não sei explicar...
Sabe, minha cabeça anda meio confusa. Vai ver é obra de um sábado chuvoso e o cansaço de uma semana bem puxada. Comecei falando da minha impaciência, tudo pra contar da minha paixão por filmes do tipo “acervo mais antigo”. Sendo histórias já conhecidas, contadas e recontadas, da pra ver tranquilo. Por que os lançamentos, só assisto depois que tem alguém pra me contar o final. Caso contrário, é um teste pra paciência alheia (quando algum corajoso aceita assistir comigo), já que fico o tempo todo: “Vamos passar um pouquinho pra frente? Pra ver o que vai acontecer...”
Brincadeirinha. =P
Ai ai... E quem é normal, afinal?
Mas tudo isso são só pensamentos soltos, minhas bobagens...
Caroline
5 comentários:
Oi Carol!! Eu tb gosto mto dos textos da Martha, tenho vários pra postar no blog.
Eu tb gostei mto te conversar com vc, espero te encontrar logo pra batermos um papo.
Uma ótima semana pra vc!!
Ficou lindo o blog.
Bjs
Também sou impaciente, toda vez que vou ler um livro leio a última página pra só então começar. e sobre o muro, eu também o tenho e sei que isso não é bom para mim, mas estou deixando as pessoas passarem através dele aos poucos.
Estava com saudades de vc viu? e ainda estou dos nossos papos. Apareça pra te falar sobre o filme...rsrs
Beijão amiga!
Pois é, quanto a história da impaciência acho que ela é resultado da ansiedade, pelo menos comigo é assim, e é a mesma ansiedade que faz com que eu automaticamente ao iniciar a leitura de um livro leio o que aconteceu no final, estranho eu sei, mas é que eu gosto de imaginar como se chega ao final, o desenrolar da história, sei sou um pouco maluca mesmo, e quem é normal?? rsss cada um com sua loucura né...
Beijos!
PutZ! Eu tbm sou impaciente, quero que as coisas aconteçam da minha forma, dureza, visse?
Mas, aprendi a técnica da respiração, contar até 10 prestando atenção na respiração, tem funcionado.
Eu me considero (a)normal. E nem ligo pra isso. Rs
Adorei a abordagem deste tema e a maneira maravilhosa que escreveu.
Beijokas :********
Parabéns pelo blog muito bom!!!
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