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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Presentão

Eu sempre soube que as cerejas da vida estão nas pequenas coisas. Gestos que passam batido, com um bom dia dado de coração, um beijinho de boa noite, aquela mão que segura a tua e passa confiança, o olhar de quem te ama, dizendo que vai ficar tudo bem, aquela ligação inesperada, comidinha de mãe, etc. E são tantas maneiras da gente encontrar a tal felicidade, que eu poderia ficar aqui, horas e horas, nomeando cada uma. Eu sempre soube, mas tem vezes que esqueço e almejo o “algo mais”. Acontece que o algo mais é tipo caixa de bombom. É muito bom na hora, que ela ta ali, cheia, prontinha pra ser saboreada. Tem gente que devora tudo de uma vez, outros se lambuzam aos poucos, só que uma hora termina. Mas e o depois? Tu olha a caixa vazia e vê que o prazer foi embora e ficou o que?

Quero pra mim tudo aquilo que deixe marcas, marcas em meu coração. Por isso não gosto de ganhar flores de presente. Pq elas morrem, sempre me lembram o fim. Troco tranqüilo um boque maravilhoso por um abraço sincero, uma foto, uma visita aqui em casa. Gosto de gente, não ligo pra nada material, nada mesmo. E sabe de uma coisa? Devo ter sido uma boa menina. Pois, embora com um pouco de atraso (Tudo bem, está perdoado o bom velhinho. Afinal, primeiro os velhinhos e as crianças.), um presentão de natal chegou hoje e me deixou muito, mas muuuuuuuito feliz.

Recebi uma carta, de um amigo que estava há muito tempo sem dar notícias. Foi de próprio punho, tirou alguns minutos do seu dia e parou pra escreve- la. O melhor de tudo, lembrou de mim. De todos presentes do mundo, você ser lembrado por alguém muito querido, que já tinha virado só saudade, não tem preço. Meu coração encheu de alegria. Pareço criança, pq nem sei quantas vezes já li e reli. Agora eu sei quais são os maiores tesouros desta vida e sou muito, mas muuuuuuita grata por todos os meus. Obrigadão Papai Noel! Ganhei meu dia =)



Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"...
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração...


(Canção Da América - Milton Nascimento)

domingo, 28 de dezembro de 2008

Enquanto houver sol

"Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós
Algo de uma criança
..."

Titãs


Ah, o amor!!!



"O amor faz-nos viver no futuro
quando se é novo,
no passado quando se é velho
e no céu, durante um dia."

sábado, 27 de dezembro de 2008

RETROSPECTIVA


Fim de ano, não tem como escapar, pelo menos para mim. Sempre vem aquela paradinha pra reflexão. Então, chegou aquela hora de rever o que passou, aquilo tudo que aprendi nesse ano que vai embora. Enfim, tudo aquilo que construiu essa Carol, versão 2009, que pretende fazer dessa nova oportunidade mais uma chance de seguir redescobrindo a vida. Nossa! 2008 daria um livro. Foi um ano bem, digamos assim, movimentado.

Nunca fui de cerimônia, pra esperar a entrada de ano. Nem sei ao certo quanto tempo faz, mas há muito tempo a noite do reveion era como tantas outras. Não compro calcinha nova, nem visto roupa branca, nada disso. Comia a lentilha pq faz parte do cardápio, mas sem superstição. Sete ondas então, não pulo desde que papai se foi, quando deixei de achar graça nessa festa. Ao contrário do natal, não esperava a meia noite pra jantar. Na maioria das vezes, era acordada na hora dos fogos, com beijinhos da minha mãe, desejando feliz ano novo. Sempre achei tudo uma grande besteira, e que essas coisas realmente não faziam diferença. Hoje entendo o porquê. Por que na minha vida não cabiam diferenças. Não esperava e nem almejava por mudanças. A escolha era só minha e eu tinha escolhido deixar o tempo passar, assistir tudo de longe, nunca como a protagonista. Tudo é questão de escolha...

Acontece que atraímos aquilo que desejamos. Nessa vida tem que se lutar por aquilo que queira. E quando se entrega os pontos, a vida retribui jogando a toalha também. Comecei o ano de mal com a vida. Sabe quando a única vontade é sumir, dormir e nunca mais acordar? Queria só poder tirar aquela tristeza e melancolia, que toda hora me acompanhavam, até mesmo quando tinha um sorriso em meu rosto. Tudo piorou quando perdi meu emprego, em março. Dalí entrei naquele estágio que a mente só pensa besteiras, ou melhor, nem pensa. E não tem nada mais válido do que aquele ditado que diz: mente sã, corpo são. Não demorou muito para eu adoecer. Tudo começou em pleno domingo de páscoa. Começou aí toda transformação na minha vida, foi aí que aprendi o quanto é necessário VIVER.

Foi perdendo minha saúde, que aprendi o valor de acordar todos os dias, com a vida pulsando dentro de mim;
Foi perdendo meus movimentos, que aprendi o quanto é importante valorizar minha liberdade de ir e vir;
Foi perdendo a fala, que aprendi o quanto é válido saber ouvir e meditar, bater um papo com meu eu interior;
Foi perdendo minha independência, que aprendi o quanto vale ter gente que nos ama ao nosso lado, incondicionalmente;
Foi sentindo muito medo, que redescobri minha fé em Deus, assim pude senti-lo sempre presente;
Foram nos piores dias, que reconheci os verdadeiros amigos;
Foi no meio de muita revolta e várias perguntas, que percebi o que tinha perdido até então;
Foi assim, que aprendi o real significado da palavra HUMILDADE.

Foi a partir daí, nem antes, nem depois, que dei valor pras coisas simples, cotidianas, que passam batidas. Tive que ter tudo podado, pra entender o quanto havia descuidado da pessoa mais importante desse mundo: EU. Foram meses e meses de fisio, fono e muitos exames; mas a maior transformação foi em minha mente e no meu coração. Redescobri uma Carol há muito tempo adormecida. Descobri uma menina- mulher forte, guerreira, cheia de sonhos e planos. Nesse ano aprendi que as pessoas entram e saem das nossas vidas, mas que o importante mesmo são as marcas que deixam e deixamos. Aprendi que preciso me amar e aceitar do jeitinho que sou, e assim, passei a me achar linda, poderosa e muito amada. Encontrei novamente a felicidade, trabalhando naquilo que mais amo. Pois não tem nada no mundo mais verdadeiro e puro como o amor que recebo dos meus alunos. E, por fim, meus olhos se abriram e pude ver que sou a pessoa mais sortuda do mundo.

Sabe pq? Por que consegui superar e aprender com todos meus problemas. Consegui seguir em frente, em paz, livre de cada mágoa, medo, tristeza e arrependimento que houvesse. Hoje sou a pessoa mais feliz deste mundo. E olha que não são somente dias de sol, em minha vida. Vez ou outra surgem umas nuvens, que as vezes custam a ir embora. Mas aí me pergunto: “O que é uma nuvenzinha, pra quem tem a vida toda pela frente, pra curtir um lindo nascer do sol.” Não desanima quem tem fé. Quem tem a melhor família do mundo, quem tem uma super mãe como a minha. Então, depois de tudo, é bem assim que pretendo entrar o ano novo, agradecendo muitão. Agradecendo essa nova chance de redescobrir a vida e lutar por ela, a cada dia de 2009.

Sabe, na hora da dor, da revolta, a gente tem mania de perguntar “por que eu??” Mamãe sempre me disse que Deus escreve certo por linhas tortas. Ô, e como é verdade! Se não fosse esse susto, essa sacudida, duvido muito que houvesse alguma mudança. O que vai acontecer amanhã? Não sei! Mas não penso muito longe, não. Deixo o destino acontecer. Porém, jamais deixarei passar de novo, o maior presente que temos a cada novo amanhecer, o de poder reescrever nossa história.

Que venha 2009! E com ele muita paz, amor, saúde e dinheiro, pra todos nós. Por que hoje, cada novo amigo que fiz aqui, já faz parte da minha vida. Obrigadão por tudo e até logo mais, ali, no ano que vem chegando.


Caroline

Só depende de nós

"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.

Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a
poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o
desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.

Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.

Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.

Tudo depende só de mim."



Charles Chaplin

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

É sempre bom lembrar que:








* Do site frasesilustradas.com *

As curvas da estrada de Santos



Desde que me conheço por gente vejo minha mãe suspirar por um único e eterno rei. Lembro que, ainda muito pequena, não entendia direito e morria de ciúmes. Era um misto daquela ciumeira de filha, com uma revolta, ao ver que papai não tomava uma atitude, perante essa paixonite aguda da mamãe. A lembrança mais remota que tenho, deve ser lá dos meus 4 anos, quando estávamos numa loja escolhendo discos (isso mesmo, os LP’s) e tinha um do Roberto em exposição. Mamãe dizia que era o namorado dela. Eu, nem pensava duas vezes, com as bochechas vermelhas de tão brava, logo retrucava: “teu namorado é o papai.” Minha mãe se divertia, meu pai ria e todos adultos achavam graça, o que me irritava mais ainda. Na minha cabeça aquele homem era rival do meu pai, algo perigoso, que me deixava em alerta. Tinha medo que minha mãe fugisse pra ficar com ele. Quanta imaginação... Ai ai ai, crianças... hauhauhauhaua

Não lembro se meu pai também tinha desses amores platônico, por algum ídolo. Não lembro mesmo... O que sei foi que custei muito a entender o que significa admirar uma pessoa assim. Só depois de madura percebi aquele amor e quando dei por mim, assim como mamãe, era mais uma súdita do rei Roberto Carlos. Lembro que teve uma vez que meus pais foram viajar. Eu e minha mana ficamos na casa da vovó. Foram pra São Paulo, no litoral, pra Santos. Parece que foi ontem, pois é tão nítido a lembrança do retorno, em que mamãe voltou tão feliz, tão bonita. Não esqueço daquele dia. Claro que na época eu não entendi nada e também nem importava. A saudade era tanta, que só dela estar em casa já era minha maior felicidade. Eu já estava mocinha, quando assimilei o significado daquela viagem. Meu pai tinha planejado tudinho, como uma segunda lua de mel. Que teve início nas curvas de Santos, embaladas ao som do Roberto, numa fita K7, no velho e bom Corcel. Minha mãe conta que foi uma semana de sonho, algo inesquecível. Sempre com os olhos marejados, saudade...

Outra coisa marcante, foram os dias de Show, quando ele se apresentava aqui em Porto Alegre. Papai sempre comprava cadeira pros dois e minha mãe, feito criança, esperava ansiosa, contando as horas. Mais uma vez, vovó ficava conosco e quando voltavam, minha mãe era só sorriso, de orelha a orelha. Passei minha vida inteira embalada por canções como: Detalhes, Outra vez, Como vai você e assim por diante. Sem sombra de dúvidas foi da mamãe que puxei o lado mais sentimental, romântico. Aqui o emocional sempre comanda. E foi assim, em 92, quando eu tinha 12 anos, que assisti pela primeira vez Roberto cantando ao vivo. Não tem explicação, não da pra descrever aqui o que é aquele homem cantando o amor. Arrepia até a alma da gente. Olha, está certo que ninguém é obrigado a compartilhar comigo os mesmos gostos, mas quando escuto gente idiota, falando que ele canta pras domésticas, só lamento. Pois duvido que alguém ficasse imune, vendo aquele ser franzino, mas que vira um gigante, cantando as verdades dele, as verdade que todos possuímos, como seres humanos. Por que não tem verdade maior do que o amor, não é?

A troco de que desembestei a escrever sobre isso? Por que já faz muitos anos, que todo dia 25 é sagrado, estejamos onde for, eu e mamãe sempre assistimos o especial de fim de ano. E ontem não foi diferente. E mais uma vez, aquelas minhas velhas conhecidas canções me emocionaram. Trazem tantas lembranças, uma saudade enorme e uma paz de espírito. Sabe porque? Por que eu acredito no amor, seja como for, amor entre as pessoas. Acredito naquelas letras, que pra mim são recebidas como lições de vida. Gosto de tudo que seja verdadeiro, que toque meu coração. E acima de tudo, fico feliz em dividir isso com mamãe. Hoje damos risadas juntas, lembrando daquela menina bobinha, que detestava aquele “tio” da televisão, por quem a mãe sempre chorava. É! Nada como o tempo mesmo. Lágrimas compartilhadas, emoção em família e ao fundo: “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.” E a vida segue...


É! Tem sempre um ou outro pra falar, né? Mas quando essas mesmas músicas, cantadas por outros artistas como: Jota Quest, Skank, Capital Inicial, etc; aí é POP, não é mais cafona, nem brega... Ô povo que gosta de se enganar mesmo. Quer ver uma coisa? Minha mana continua não gostando. Acha o “ó do borogodó”, diz que chorar assistindo especial de fim de ano é “fim de carreira”. Ninguém é perfeito... hauhauhauahuahuahuahuahua


Esse texto vai para minha mãe, com amor.

Caroline


quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal

Um momento doce e cheio de significado para as nossas vidas. (Para a minha, neste ano em especial, tem um sabor de vitória, superação, amor e fé.)
É tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo que a cerca.
É momento de deixar nascer essa criança pura, inocente e cheia de esperança que mora dentro de nossos corações.
É sempre tempo de contemplar aquele menino pobre, que nasceu numa manjedoura, para nos fazer entender que o ser humano vale por aquilo que é e faz, e nunca por aquilo que possui. Tempo de compaixão por aqueles que, de uma maneira ou outra, não tem muito a festejar, a celebrar a vida.

Noite cristã, onde a alegria invade nossos corações trazendo a paz e a harmonia.

Sinto quando alguém diz não gostar desta noite, que fica triste. Já tive épocas em que me sentia deste exato jeitinho. Meu desejo é que pudéssemos todos ter só a comemorar. Mas cada um sabe o que passa dentro do seu coração, não é?
O que sei, é que hoje recebo essa noite como fazia há mais de 20 anos atrás, com o olhar de sonho e magia, aquele que temos quando crianças.

O Natal é um dia festivo, mas espero que não esqueçamos da festa maior, a festa do nascimento de Cristo, dentro de cada um de nós.
Que neste Natal possamos sentir mais forte ainda o significado da palavra amor, que traga raios de luz que iluminem nosso caminho e transformem nosso coração a cada dia, fazendo que vivamos sempre com muita felicidade.

Neste ano que vai embora, aprendi que sempre é tempo de refazer planos, reconsiderar os equívocos e retomar o caminho para uma vida cada vez mais feliz.
Que os grandes milagres da vida acontecem a cada instante.
Que toda hora é hora pra realizarmos todos nossos sonhos!
E, o mais importante: NÃO SOMOS NINGUÉM NESTA VIDA SE ESTAMOS SOZINHOS.

Fazer amigos é o maior presente que podemos ter nesta vida.
E é por isso que só tenho a agradecer.
Obrigadão Olavo, Jhuly, Afrodite, Vera, Pê, Fernanda, Núbia e Welker.
E a todos os outros que me visitam e sempre deixam uma palavra de carinho.
Cada um de vocês está guardadinho em meu coração.

“CADA PESSOA QUE PASSA EM NOSSAS VIDAS É ÚNICA.
DEIXA UM POUCO DE SÍ E LEVA UM POUCO DE NÓS...”






Estou indo ajudar a preparar a ceia =P
Até mais!

Defina-se em 6 coisas...

Em primeiríssimo lugar vai EMOTIVA. Minha mana, só de deboche, me chama de docinho... Então, dá pra ter uma noção, não dá? hehehe;
Depois, segundo minha mãe, sou a pessoa mais TRANSPARENTE que ela já viu. Desde pequena não consigo disfarçar algo que me desagrada ou qualquer emoção que tenha;
Sou muito PERSISTENTE, naquilo que “encano” em fazer, ir atrás;
A TEIMOSIA aqui também é grande, embora eu saiba dar o “braço a torcer”, sempre reconheço minhas mancadas;
OTIMISTA, até mesmo quando tudo parece desandar. Pelo menos a fé em dias melhores me salva, né?
E por fim, ALEGRE. Aqui não tem tempo ruim. O bom humor traz cor e brilho pra minha vida. Até tenho dias ruins, como todo mundo, mas não duram muito. A vida não é sempre colorida, mas um sorriso ajuda a melhorar, sabia?




Acho que essas são as minhas principais características.

Caroline

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Olha quem está aqui...



Sempre estive nas tuas lembranças, nas saudades da infância. Enquanto foste vendo as fotos, lendo velhas cartinhas, alguns cartões de natais passados, eu despertava em teu peito. Vim de mansinho, fazendo tu perceber que tinham coisas que já nem lembrava mais. Então veio aquela sensação, que tu nem ao menos sabe explicar pq. Pode até parecer piegas demais, porém da um arrepio, uma coisa direto no coração. Sabe aquele nó na garganta, aquele olho marejado, aquela carinha de boba, perdida em velhas lembranças? É aí que estou, em algum lugar guardadinha, dentro de ti. E como não sentir, quando lembras de uma época que tínhamos conosco pessoas que mais amávamos no mundo? Como não ser clichê, pensando nas brincadeiras de criança, correndo em volta da mesa de jantar, pra não deixar minha mana me pegar, aparecer chorando a noite, pedindo pra deitar na cama da mamãe, com medo de sei lá o que, esperar os finais de semana pra ter o xodó da minha vovó só pra mim (ela vinha aqui pra casa), a ansiedade da meia noite, pra encontrar Papai Noel, reclamar da hora dos estudos, da hora de dormir, da hora de acordar, parar as brincadeiras pra tomar banho... Quem dera os problemas ainda fossem esses, não é?

Tenho muitos motivos pra estar aqui, sempre contigo, dividindo o mesmo sentimento de saudade, de todo esse tempo. E ele, o tempo, passa tão rápido e as coisas que menos imaginamos acontecem. Hoje não és a astronauta que um dia sonhei, não moras em outro planeta, sequer saiu da mesma cidade. Não visita mais a vó, no almoço do dias das mães (ela nem ta mais por aqui), não vai mais pra escola de carro, com papai escutando a rádio gaúcha, não tem mais finais de semana na tia Ana, domingos na piscina, piso quentinho pra deitar e se aquecer. Não passa mais as férias na casa da praia, onde tinha longas duas horas de espera depois do churrasco pra pular n’água, a corrida pra casa pós-assobio do papai... A verdade é que nem eu existo mais, mas ainda me reconheço, mesmo nesse reflexo de “gente grande”, que tu acabou virando.

Enfim, estou aqui hoje pra que tu saibas que apesar de não poder estar mais de corpo presente, estou sempre contigo. Em ti. Torcendo pra que um dia tu sejas tão feliz quanto eu fui. Te fazendo lembrar que não precisa ter vergonha ou receio, de ser criança, ficar mais leve, sentir a vida e não o peso que dão pra ela. Tu me fazes muito feliz, muitão, toda vez que lembra de mim, sempre com carinho. Adoro te pegar sorrindo, cada vez que me faz reviver um pouco em ti. Cada vez que senta pra brincar com uma criança, cada vez que ri quando não pode, quando solta uma tamanha besteira e só depois vê que é tarde demais. Quando prova um doce com o dedo, nas vezes que corre pro colo de mãe, quando chora de emoção, de felicidade, chora de rir. Quando anda descalça, nas vezes que de roupa mesmo, toma aquele banho de mangueira, com direito a “chuvinha” e muitas gargalhadas. E principalmente, quando te pego rindo, descontraída, daquelas velhas piadas do Chaves. São naquelas lágrimas, que molham teu rosto e acariciam o coração, vindas cada vez que escuta Ursinho Pimpão, são nesses exatos momentos que tenho a certeza que jamais me deixarás partir....

Te amo muito! E como dizem por aí, no final o que vale é ser feliz, não é? E eu tenho muita sorte e muito orgulho do jeito que tu cuidastes de mim, de nós. Vai, Carol! Busca tua felicidade. Só não esquece que ela está nesses momentos singelos, coisas do dia a dia, mas que marcam nossa vida pra sempre. Não deixa a vida correr, faça parte dela. Não deixe nada pela metade, não tenha medo, confie. Diga “eu te amo”, do jeitinho que eu fazia, de coração pra coração. Não pense muito adiante, o que conta é o agora. Brinque, ria, chore... Estarei aqui, em teu coração, cada vez que ele bater mais forte, seja por um sonho, uma conquista, uma dor... Graças a ti, estou sempre por aqui.

Ass. Tua alma infantil

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Minha nada mole vida =P

Pessoal

Ainda nem acredito que está chegando o natal. Credo, como esse ano passou voando... Pelo menos essa é a sensação que tenho. Bom, o que queria dizer é que ando afastada daqui, coisa que não gosto muito, sinto maior falta de escrever e ler cada um de vocês, meus amigos queridos. Mal tive tempo de fazer o presente do AVO, mas por outro lado é sinal que a vida vai de vento em polpa, graças a Deus.

Já concluí todas as atividades dos meus anjinhos e agora estamos nos preparativos finais para o encerramento do ano. Depois, ainda sairemos pra jantar, as professoras e direção, confraternização de fim de ano. Terá a entrega do presente do amigo oculto, que já me deu baita dor de cabeça. Minha amiga sugeriu o presente, queria artigos esotéricos, num valor pré- determinado. Fui até o centro, na torreira do sol e encontrei uma bruxinha, coisa mais linda do mundo. Achei de cara, de primeira e fiquei felizona, me achando “a mulher de sorte”. De lá fui em outras lojas, comprar os presentes pro pessoal aqui de casa e não é que perdi a tal bruxa. Ah! Até agora não consigo acreditar como consegui essa proeza... buaaaaaa

Mas tudo bem! Como diz mamãe: “Vão os anéis, ficam os dedos...” Só tive coragem de voltar na loja hoje. Estava esperando o milagre de natal. Sei lá, né? A bruxinha bem que poderia vir voando até mim... Esperança é a última que morre... hehehe

Trabalho até o dia 24, meio dia. Terá um acantonamento na escolinha, dia 23. Dormimos lá para chegada do Papai Noel. Terá também o último passeio do ano, num clube aquático. Desses com muitas piscinas, tobogã, criança pulando e os nervos da “tia” aqui em frangalhos. Espero que todos anjinhos da guarda estejam de plantão. Amém! Depois dessa maratona de desafios todos serão entregues aos pais, sãos e salvos, se Deus quiser. hauhauhauhauhaua

Aí sim, poderei voltar aqui, com calma, contar meus “causos”. Vocês nem imaginam, mas coisa que mais tenho aproveitado é esta magia que gira em torno da espera pelo bom velhinho. Estou tomada até o último fio de cabelo, com o tal “espírito natalino”. O tempinho que tenho estou usando pra organizar tudo aqui em casa. Este ano tem um “q” especial, tem muito a comemorar, a agradecer, a celebrar Jesus. Assim que der, prometo que venho contar. Entre tantas outras histórias, muitas até já postada aqui, esta é especial pra mim. Conta a superação e a busca pelos sonhos. Não é novela, mas teve um final feliz. Ou melhor, final NÃO, um recomeço FELIZ DEMAIS.

Nesse fim de semana vou visitar meus afilhados, levar os presentinhos que Papai Noel deixou aqui em casa. Domingo sairei com a mana, pra comprar presente para nossa mãe. Este é o que mais gosto de comprar. Então, é bem provável que consiga entrar só depois de quarta mesmo, quando terei uns dias em casa, só “jiboiando”... ô coisa ruim... hehehehe Se conseguir, dou uma fugidinha, nem que seja pra espiar. Uma coisa é certa, antes do dia 25 venho deixar presentes, pra esse povo que já mora em meu coração. Afinal, o senhor Noel não esquece de ninguém, seja pobre ou seja rico, o bom velhinho sempre vem. ;)

Beijinhos, cheios de saudade.
Caroline




Ps. Fotos da minha árvore.
Desta vez, sem pitacos da minha mana “quase drag”.
Uma coisa bem mais a minha cara
=)





FELIZ NATAL!!!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Então, é natal!!



Confesso que ando sem muita vontade de escrever, quando é bem mais fácil postar esses textos bonitos, que nos chamam pra uma reflexão. Coisa que meus relatos, sobre minhas aventuras e desventuras, ficam anos luz distante deste poder de persuasão. A verdade é que, por falta de disposição e criatividade, “encho lingüiça” na maior cara de pau mesmo.

Estou numa correria doida, pra encerrar o ano letivo. Preciso concluir as atividades e trabalhinhos, organizar minha turminha pro acantonamento de natal, pensar num presente pra minha amiga secreta, procurar um lugar bom e barato, pra festinha de confraternização dos funcionários (adoro essas indiadas e, desta vez, o pepino ficou por minha conta)... Isso tudo no lado profissional.

Minha casa está de pernas pro ar. Eu e minha mana demos uma cozinha nova pra mamãe, já que a dela devia ter praticamente minha idade. Compramos tudo branquinho, novinho, do jeitinho que ela sempre quis. Como felicidade de pobre dura pouco, OBVIO que foi necessário alguns reparos, uma reforminha básica. Só que o que era pra ser algo “rapidinho”, já virou promessa pra santo... São Fulano de Tal, protetor das obras inacabadas, há de nos ajudar, que ainda neste final de semana já possamos andar pela casa, sem esbarrar em caixas e pó... O sangue de Jesus tem poder!!

No ultimo domingo, eu e minha irmã, aproveitamos pra arrumar a sala, decorando para o natal. Ficou uma graça! Nosso pinheiro sofreu uma repaginada, está até mais chique, mais discreto. Nunca vi como pode, minha mana era pra ser Drag Queen, já que AMA um colorido. Consegui convence- la a usar somente o vermelho e dourado, algo mais “basicão”, a minha cara... hehehe

Ontem fui comprar um jogo de panelas. Aproveitei e comprei presentes de aniversário, pra dois filhos de uma amiga, que farão uma festinha hoje a noite. Amanhã irei atrás de um conjunto de jantar e copos. Mas isso é só o começo. Nem parei ainda pra dar uma olhada nos presentes de natal. Adoro o espírito natalino, agora aja dinheiro, pra tantos gastos, como os que aparecem nessa época do ano. Jesus! Acontece que vale a pena, toda essa correria e cansaço. Principalmente quando faço algo pra mamãe, pessoa que mais amo nesse mundo. Sempre que puder, cada sonho que eu possa realizar, ainda é muito pouco, pelo “tantão” que ela merece. Enfim, pq é natal, pq estou muito feliz, pq estamos todas com saúde e mais uma vez unidas... Pq meu time é CAMPEÃO.

Obrigada, meu Deus!!
Obrigada por este presentão de natal!



Caroline

Não chores por mim, Argentina... hehehe




Segue tua senda de vitórias
Colorado das glórias
Orgulho do Brasil

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Como não educar um filho

Ou, leia-se:
como criar um delinqüente:




1- Comece na infância a dar a seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando ele crescer, acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que ele deseja.

2- Quando ele disser nomes feios, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante.

3- Nunca lhe dê qualquer orientação religiosa. Espere até ele chegar aos 21 anos e “decida por si mesmo”.

4- Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas. Faça tudo para ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade.

5- Discuta com freqüência na presença deles. Assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.

6- Dê-lhe todo o dinheiro que quiser.

7- Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. Negar pode acarretar “frustrações prejudiciais”.

8- Tome partido dele contra vizinhos, professores e policiais. (Todos têm má vontade com seu filho).

9- Quando ele se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: “Nunca consegui dominá-lo”.

E, finalmente...

10- Prepare-se para uma vida de desgosto.


Vivemos num mundo com tanta violência e visível falta de educação. Vale a pena pensarmos melhor em que tipo de valores estamos repassando ao nossos filhos.
Se você achou interessante esta mensagem repasse ao maior número possível de pais, professores e de, futuros pais.

O mundo precisa de cidadãos de bem, e a responsabilidade também é nossa.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dia mundial da luta pelo combate da AIDS


Relato de uma soro positiva anônima

"Essa é uma longa história que mudou minha vida. Aconteceu há dezessete anos atrás, mas pra dizer a verdade o início de tudo se deu há vinte e seis anos. Foi quando conheci meu primeiro amor. Eu era novinha, bobinha e apaixonada. Engravidei aos dezessete anos, ele tinha dezenove. Éramos duas crianças, não tínhamos noção do que estávamos fazendo. Casamos, mesmo sem ter condições. As famílias ajudavam no que podiam, nossa vida era confusa, ele só queria saber de ficar nos botecos enchendo a cara, jogando sinuca e aprontando. Eu burra que era, ficava em casa chorando.

Aos dezenove anos engravidei do segundo filho. A essa altura do campeonato nossa vida já estava um caos, mas mesmo assim eu curti muito a gravidez. Foram quase sete anos de casamento, brigas e separações. Até que criei coragem e pedi a separação definitiva. Foram seis meses de brigas, baixarias, até na delegacia fomos parar. Ele não queria assinar os documentos, comprou uma arma e disse o famoso chavão:

- "Se você não vai ser minha, também não vai ser de mais ninguém!!!"

Me arrumei, arranjei um emprego, fiz novas amizades e voltei a boa e velha rotina. Nunca saí por aí gritando aos quatro ventos que sou portadora do HIV, isso só diz respeito a mim, a minha família e quem eu achar q mereça saber. Sou uma mulher bastante bonita, tenho boa aparência mesmo, sou inteligente e sempre fui muito paquerada. Aí vai um alerta:
Ninguém trás escrito na testa que tem o vírus, portanto NUNCA transe sem camisinha.

Logo que voltei a vida normal fui á uma pizzaria para comemorar o aniversário de um amigo e lá apareceu um bonitão cheio de "lero lero". Ele me convidou para jantar, eu aceitei. Nós mal nos conhecíamos, para mim não passaria jamais de um jantar, por isso não vi necessidade de contar nada a ele. Só que o "lindinho" me levou para dar uma "esticadinha" na noite e depois que saímos da pizzaria, ele estacionou o carro na porta de um motel. Eu disse que não queria entrar, ele começou a me agarrar dentro do carro, eu empurrei várias vezes como forma de rejeição mesmo e ele veio com estupidez e chegou ao cumulo de dizer:

- "Paguei o jantar e não vou ficar sem sobremesa !"

Se eu fosse uma pessoa sem caráter, teria entrado no motel, feito sexo com ele a noite toda e só depois contado para ele a verdade ou até quem sabe nem teria contado nada? Só que jamais faria isso, entre um empurrão e outro falei:

" - Eu tenho HIV, sou soropositiva, tenho AIDS e não vou entrar nesse motel! Por favor, me leve para casa agora."

Ele me largou, ficou pálido, mudo e sem ação. Dirigiu caladinho sem nem me olhar no rosto. Me deixou em casa e sumiu.
Dias depois me ligou, disse que precisava falar comigo. Nos encontramos e conversamos muito. Ele pediu desculpas e agradeceu por eu ter sido sincéra. Ele disse que aquela noite mudou a vida dele. Se fosse outra pessoa, talvez não faria o mesmo que eu fiz: FALAR A VERDADE!

Depois disso vieram outros, mas eu não queria saber de ninguém. Até que apareceu alguém especial e olha aí o meu coração batendo forte de novo!!! Tive que contar toda a verdade á ele, senti medo de ser rejeitada, mas mesmo assim falei a verdade. Por ele não ser portador, achei que seria impossível termos alguma coisa, mas me enganei. Namoramos durante quatro anos. Nunca fiquei doente, nunca fui internada. Ninguém diz que sou portadora do vírus da AIDS. As pessoas sempre falam do meu alto astral, da minha alegria, da minha beleza... Posso jurar a quem quiser que ninguém, mas ninguém mesmo que me conhece pessoalmente imagina que tenho HIV positivo.

Volto a repetir: não pensem que foi fácil ou que é fácil lidar com isso. Acordar todos os dias sabendo que dentro do meu corpo tem um vírus que pode me matar, é ter consciência de que a morte está presente comigo o tempo todo. Nunca fui internada, nunca fiquei doente, mas tenho que tomar quatro comprimidos caríssimos por dia pelo resto de minha existência para me manter viva e saudável.

Não bebo, não fumo, nunca usei droga. Me contaminei dentro de casa, na minha cama, fazendo amor com meu marido. Ele foi o segundo homem com quem tive relação sexual em minha vida e eu confiava nele e o amava demais.
Gente, AIDS não é brincadeira, não existe grupo de risco e sim COMPORTAMENTO DE RISCO. Tem que transar de camisinha SIM. Preconceito é a maneira mais fácil e rápida de você se contaminar. Ninguém está imune, a menos que use camisinha SEMPRE, mesmo fazendo sexo oral, pois muitos não acreditam que também se contrai o vírus praticando sexo oral, é uma verdade mais que COMPROVADA!

Tudo isso aconteceu comigo porque nunca ouvi meus pais, sempre fiz o que me dava na cabeça. Achava que AIDS era coisa de gay, drogado e vadia. Queimei a língua!!!

Engravidei aos dezesete anos porque me achava a espertalhona, a moderna e a dona do meu nariz. Quebrei a cara!!! Casei com o cara errado e tive dois filhos com ele e que não têm culpa da minha burrice e desobediência. Por quê não obedeci aos meus pais? Tarde para me perguntar isso, não acham? Eles sempre foram contra, mas eu achava que sabia o que era melhor para mim. Resultado: Me ferrei!!! Isso é BEM FEITO!!! Enfim, só fiz merda MESMO!!!

Hoje eu posso dizer que amadureci, aprendi a dar valor á vida, á família e ao verdadeiro amor. A começar pelo amor próprio. Quem se ama, se cuida e cuida dos outros também. O que não quero de ruim para mim, jamais desejo ao próximo. Otimismo, fé, coragem, perseverança, honestidade, amor ao próximo ... Tudo isso é o que me mantém viva e feliz até hoje."

Tem mais alguém aqui?