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sábado, 27 de dezembro de 2008

RETROSPECTIVA


Fim de ano, não tem como escapar, pelo menos para mim. Sempre vem aquela paradinha pra reflexão. Então, chegou aquela hora de rever o que passou, aquilo tudo que aprendi nesse ano que vai embora. Enfim, tudo aquilo que construiu essa Carol, versão 2009, que pretende fazer dessa nova oportunidade mais uma chance de seguir redescobrindo a vida. Nossa! 2008 daria um livro. Foi um ano bem, digamos assim, movimentado.

Nunca fui de cerimônia, pra esperar a entrada de ano. Nem sei ao certo quanto tempo faz, mas há muito tempo a noite do reveion era como tantas outras. Não compro calcinha nova, nem visto roupa branca, nada disso. Comia a lentilha pq faz parte do cardápio, mas sem superstição. Sete ondas então, não pulo desde que papai se foi, quando deixei de achar graça nessa festa. Ao contrário do natal, não esperava a meia noite pra jantar. Na maioria das vezes, era acordada na hora dos fogos, com beijinhos da minha mãe, desejando feliz ano novo. Sempre achei tudo uma grande besteira, e que essas coisas realmente não faziam diferença. Hoje entendo o porquê. Por que na minha vida não cabiam diferenças. Não esperava e nem almejava por mudanças. A escolha era só minha e eu tinha escolhido deixar o tempo passar, assistir tudo de longe, nunca como a protagonista. Tudo é questão de escolha...

Acontece que atraímos aquilo que desejamos. Nessa vida tem que se lutar por aquilo que queira. E quando se entrega os pontos, a vida retribui jogando a toalha também. Comecei o ano de mal com a vida. Sabe quando a única vontade é sumir, dormir e nunca mais acordar? Queria só poder tirar aquela tristeza e melancolia, que toda hora me acompanhavam, até mesmo quando tinha um sorriso em meu rosto. Tudo piorou quando perdi meu emprego, em março. Dalí entrei naquele estágio que a mente só pensa besteiras, ou melhor, nem pensa. E não tem nada mais válido do que aquele ditado que diz: mente sã, corpo são. Não demorou muito para eu adoecer. Tudo começou em pleno domingo de páscoa. Começou aí toda transformação na minha vida, foi aí que aprendi o quanto é necessário VIVER.

Foi perdendo minha saúde, que aprendi o valor de acordar todos os dias, com a vida pulsando dentro de mim;
Foi perdendo meus movimentos, que aprendi o quanto é importante valorizar minha liberdade de ir e vir;
Foi perdendo a fala, que aprendi o quanto é válido saber ouvir e meditar, bater um papo com meu eu interior;
Foi perdendo minha independência, que aprendi o quanto vale ter gente que nos ama ao nosso lado, incondicionalmente;
Foi sentindo muito medo, que redescobri minha fé em Deus, assim pude senti-lo sempre presente;
Foram nos piores dias, que reconheci os verdadeiros amigos;
Foi no meio de muita revolta e várias perguntas, que percebi o que tinha perdido até então;
Foi assim, que aprendi o real significado da palavra HUMILDADE.

Foi a partir daí, nem antes, nem depois, que dei valor pras coisas simples, cotidianas, que passam batidas. Tive que ter tudo podado, pra entender o quanto havia descuidado da pessoa mais importante desse mundo: EU. Foram meses e meses de fisio, fono e muitos exames; mas a maior transformação foi em minha mente e no meu coração. Redescobri uma Carol há muito tempo adormecida. Descobri uma menina- mulher forte, guerreira, cheia de sonhos e planos. Nesse ano aprendi que as pessoas entram e saem das nossas vidas, mas que o importante mesmo são as marcas que deixam e deixamos. Aprendi que preciso me amar e aceitar do jeitinho que sou, e assim, passei a me achar linda, poderosa e muito amada. Encontrei novamente a felicidade, trabalhando naquilo que mais amo. Pois não tem nada no mundo mais verdadeiro e puro como o amor que recebo dos meus alunos. E, por fim, meus olhos se abriram e pude ver que sou a pessoa mais sortuda do mundo.

Sabe pq? Por que consegui superar e aprender com todos meus problemas. Consegui seguir em frente, em paz, livre de cada mágoa, medo, tristeza e arrependimento que houvesse. Hoje sou a pessoa mais feliz deste mundo. E olha que não são somente dias de sol, em minha vida. Vez ou outra surgem umas nuvens, que as vezes custam a ir embora. Mas aí me pergunto: “O que é uma nuvenzinha, pra quem tem a vida toda pela frente, pra curtir um lindo nascer do sol.” Não desanima quem tem fé. Quem tem a melhor família do mundo, quem tem uma super mãe como a minha. Então, depois de tudo, é bem assim que pretendo entrar o ano novo, agradecendo muitão. Agradecendo essa nova chance de redescobrir a vida e lutar por ela, a cada dia de 2009.

Sabe, na hora da dor, da revolta, a gente tem mania de perguntar “por que eu??” Mamãe sempre me disse que Deus escreve certo por linhas tortas. Ô, e como é verdade! Se não fosse esse susto, essa sacudida, duvido muito que houvesse alguma mudança. O que vai acontecer amanhã? Não sei! Mas não penso muito longe, não. Deixo o destino acontecer. Porém, jamais deixarei passar de novo, o maior presente que temos a cada novo amanhecer, o de poder reescrever nossa história.

Que venha 2009! E com ele muita paz, amor, saúde e dinheiro, pra todos nós. Por que hoje, cada novo amigo que fiz aqui, já faz parte da minha vida. Obrigadão por tudo e até logo mais, ali, no ano que vem chegando.


Caroline

4 comentários:

Apenas isso... disse...

Carol, Caroline...
andei sem muita idéia e vontade em expor alguns 'momentoszinhos' meus!! hehehe
mais acho q tó de volta!! =)

BJãoo

Obs: Obrigada pela preocupação!

Apenas isso... disse...

... e que venha o novo ano !!! =P

Núbia disse...

Preciso me cuidar pois sinto que vou levar uma sacudida da vida logo logo... E não quero que isso seja preciso acontecer para que eu acorde para a vida.

Marcela disse...

Oi Carol!! Td bem com vc?
Sobre o texto que postei é a pura verdade, infelizmente a gente as vezes só aprendemos com a dor... tb já passei por isso e não foi nada legal...
Um ótimo domingo pra vc!!

Bjos

Marcela

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