terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Olha quem está aqui...
Sempre estive nas tuas lembranças, nas saudades da infância. Enquanto foste vendo as fotos, lendo velhas cartinhas, alguns cartões de natais passados, eu despertava em teu peito. Vim de mansinho, fazendo tu perceber que tinham coisas que já nem lembrava mais. Então veio aquela sensação, que tu nem ao menos sabe explicar pq. Pode até parecer piegas demais, porém da um arrepio, uma coisa direto no coração. Sabe aquele nó na garganta, aquele olho marejado, aquela carinha de boba, perdida em velhas lembranças? É aí que estou, em algum lugar guardadinha, dentro de ti. E como não sentir, quando lembras de uma época que tínhamos conosco pessoas que mais amávamos no mundo? Como não ser clichê, pensando nas brincadeiras de criança, correndo em volta da mesa de jantar, pra não deixar minha mana me pegar, aparecer chorando a noite, pedindo pra deitar na cama da mamãe, com medo de sei lá o que, esperar os finais de semana pra ter o xodó da minha vovó só pra mim (ela vinha aqui pra casa), a ansiedade da meia noite, pra encontrar Papai Noel, reclamar da hora dos estudos, da hora de dormir, da hora de acordar, parar as brincadeiras pra tomar banho... Quem dera os problemas ainda fossem esses, não é?
Tenho muitos motivos pra estar aqui, sempre contigo, dividindo o mesmo sentimento de saudade, de todo esse tempo. E ele, o tempo, passa tão rápido e as coisas que menos imaginamos acontecem. Hoje não és a astronauta que um dia sonhei, não moras em outro planeta, sequer saiu da mesma cidade. Não visita mais a vó, no almoço do dias das mães (ela nem ta mais por aqui), não vai mais pra escola de carro, com papai escutando a rádio gaúcha, não tem mais finais de semana na tia Ana, domingos na piscina, piso quentinho pra deitar e se aquecer. Não passa mais as férias na casa da praia, onde tinha longas duas horas de espera depois do churrasco pra pular n’água, a corrida pra casa pós-assobio do papai... A verdade é que nem eu existo mais, mas ainda me reconheço, mesmo nesse reflexo de “gente grande”, que tu acabou virando.
Enfim, estou aqui hoje pra que tu saibas que apesar de não poder estar mais de corpo presente, estou sempre contigo. Em ti. Torcendo pra que um dia tu sejas tão feliz quanto eu fui. Te fazendo lembrar que não precisa ter vergonha ou receio, de ser criança, ficar mais leve, sentir a vida e não o peso que dão pra ela. Tu me fazes muito feliz, muitão, toda vez que lembra de mim, sempre com carinho. Adoro te pegar sorrindo, cada vez que me faz reviver um pouco em ti. Cada vez que senta pra brincar com uma criança, cada vez que ri quando não pode, quando solta uma tamanha besteira e só depois vê que é tarde demais. Quando prova um doce com o dedo, nas vezes que corre pro colo de mãe, quando chora de emoção, de felicidade, chora de rir. Quando anda descalça, nas vezes que de roupa mesmo, toma aquele banho de mangueira, com direito a “chuvinha” e muitas gargalhadas. E principalmente, quando te pego rindo, descontraída, daquelas velhas piadas do Chaves. São naquelas lágrimas, que molham teu rosto e acariciam o coração, vindas cada vez que escuta Ursinho Pimpão, são nesses exatos momentos que tenho a certeza que jamais me deixarás partir....
Te amo muito! E como dizem por aí, no final o que vale é ser feliz, não é? E eu tenho muita sorte e muito orgulho do jeito que tu cuidastes de mim, de nós. Vai, Carol! Busca tua felicidade. Só não esquece que ela está nesses momentos singelos, coisas do dia a dia, mas que marcam nossa vida pra sempre. Não deixa a vida correr, faça parte dela. Não deixe nada pela metade, não tenha medo, confie. Diga “eu te amo”, do jeitinho que eu fazia, de coração pra coração. Não pense muito adiante, o que conta é o agora. Brinque, ria, chore... Estarei aqui, em teu coração, cada vez que ele bater mais forte, seja por um sonho, uma conquista, uma dor... Graças a ti, estou sempre por aqui.
Ass. Tua alma infantil
5 comentários:
Que o bom velhinho traga um saco cheinho de paz,
harmonia, fraternidade
Que o gesto de ternura se estenda de várias mãos
Que ao som dos sinos
O amor exploda em toda direção!
FELIZ NATAL!
beijos
Que coisa mais linda Carol!!
Algo tão lindo só poderia ter saido mesmo de uma alma linda como a tua.
Minha doce amiga, vim desejar feliz festas, feliz tudo na tua vida.
Bjos de coração.
Oi moça, muito lindo esse texto.
Uma das coisas boas que me aconteceram esse ano foi te conhecer viu?
Feliz Natal!!!
Beijo!
Quero ver você não chorar,
Não olhar para trás,
Nem se arrepender do que faz.
Quero ver o amor vencer
E se a dor nascer,
Você resistir e sorrir.
Se você pode ser assim,
Tão enorme assim eu vou crer
Que o Natal existe
E ninguém é triste
Que no mundo há sempre amor.
Bom Natal, um feliz Natal,
muito amor e paz pra você,
pra você.
Um Feliz Natal das 3 mentes perigosas!
Carol, vc sempre expondo sua alma transparente e brilhante.
Eu adoro ler teus textos, eles acalmam, transbordam as emoções.
Depois que vc colocou a foto da árvore de natal, fiquei pensando na minha. Resolvi postar, dá uma olhada.
Certo, não há tanta poesia assim como na sua. Na verdade há, mas sei que são poucos que conseguem perceber! Meu humor ácido, muitas vezes, encobre a suavidade da poesia! ahahahaha
Beijos querida, um lindo Natal pra você, cheio de paz e alegria.
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