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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Encerrando Ciclos - Sonia Hurtado


“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o
sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao
ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam
ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir
recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar
os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes
ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que
reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos,
promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que
sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.”

7 comentários:

Fernanda Magalhães disse...

Concordo com tudo linda...Abrir espaço pra o novo e sair do marasmo das reclamaçoes se dando novas oportunidades, é isso que a vida espera de nós...Vamos viver!!!


Beijos de luz!

Olavo disse...

Minha querida tenho um selo para vc lá no blog
beijão

Lilith disse...

Muito lindo o post!

realmente, limpar os espaços pra deixar o novo entrar e aprender a viver consigo mesmo em primeiro lugar, é o grande segredo pra se ter serenidade!

Bj imenso

Welker disse...

Crises de identidade não devem ser frquentes na sua vida, o que pode ser ótimo em alguns casos. :T

disse...

Eu me transformo todo dia em quem sou.

Tatah Marley's Confissões disse...

como eu costumo dizer.. tudo fim é a antecedencia de um novo começo.
beijinhos flor!
adorei o texto!

Vera Vilela disse...

Lindo texto. É tão difícil terminar qualquer coisa não é? Mas é sempre tão bom recomeçar, tudo sempre tem seu lado positivo.

Beijão, to voltando devagar...

Tem mais alguém aqui?