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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Yes we can

Desde a minha entrada na adolescência, percebia o fascínio de alguns amigos e conhecidos, pelos EUA. Não conseguia entender o que viam de tão interessante, na terra do tio San. Meu inglês é uma piada, do tipo que se aprende ainda no colégio: THE BOOK IS ON THE TABLE. Mas, sinceramente, não faz muita falta no meu cotidiano. Tem vezes, em que até adoraria saber mais, pra não ficar sem entender “bulhufas”, do que dizem as músicas que gosto.

Sempre tive meus dois pés bem irraizados em solo brasileiro, nessa pátria mãe gentil. Nunca tive vontade de morar lá, fazer parte do “sonho americano”, desenvolver relações exteriores, nada disso. Longe de mim, no meu singelo trabalho de educadora aqui Brasil, ser reconhecida internacionalmente ou chegar a ter meu nome citado nos New York Time da vida. A verdade, é que levo meu dia a dia meio que a parte, alheio a coisas como crises econômicas, queda da bolsa, economia global, o diabo a quatro... Política então, é algo que já deixei de levar muito em conta. Se os daqui, não fazem por nós, eu lá ia perder meu precioso tempo com política internacional... Nunca!

Daqui de baixo, via os americanos do norte como um povo mesquinho, envolvidos apenas e tão somente com seus próprios umbigos. No topo mais alto, olhavam os reles latinos americanos, o quintal dos fundos da América, como se fizéssemos parte da escória. Pouco me importava, com o que acontecia ou deixava de acontecer... É, descaso gera descaso. Pelo menos para mim, neste caso. Bush então, parece um chuchu, sem graça, sem sal. Me revoltava, vê-lo fazendo vista grossa, carregando o peso de tantas vidas perdidas, numa guerra de puro ego. Me impressionava tanto, um povo que se diz tão superior, agir assim, na total ignorância. Isso tudo há de ser mais uma página virada. Só lamento ser a custo de muitos órfãos, pais saudosos... Tarde demais!

Não faço parte de nenhuma minoria. Sei lá eu pq, mas quis Deus que eu não nascesse negra e jamais sofresse na pele o preconceito racial. Não sei o que é a pobreza ou a miséria. Meus problemas ficam pequenos, se comparados as necessidades que tantos passam, mundo a fora. Estou longe, muito distante, dessa evolução espiritual, que faz do amor, ação de caridade universal. As vezes ainda me pego fazendo queixa, dos porques da vida. Porém, nos últimos meses, algo me fez repensar. Algo muito profundo, chamou minha atenção, para esse homem que trazia consigo a possibilidade de um futuro melhor, carregado de sonhos e lutas. Tão parecido com a nossa gente, tão igual a nós.

Assistindo o discurso da vitória, nem precisei do inglês, pra entender as palavras de Obama. A emoção não precisa tradução, basta apenas senti-la. Aquele momento, significava algo que ia muito além disso tudo. Podíamos ver a imagem de qualquer um, refletida naquele homem, alguém que trabalhou muito pra chegar onde chegou. Assim como tantos outros, espalhados nesse mundão a fora, enfrentou separações, frustrações, fraquezas, limitações e dificuldades. Contudo, venceu. Mostrando que todos podemos SIM.

Chorei bastante. Não que precise de muito pra isso, sendo praticamente uma manteiga derretida. Desta vez, era um choro da alma, misto de esperança e alívio. Me emocionou muito, poder vivenciar este capítulo da história, onde o mundo parou, assistindo o despertar de um sonho. Para mim, foi esta a maior mensagem que ele passou. Que pra se realizar qualquer sonho, você precisa acordar pra realidade, renascer. Hoje, mais do que nunca, vive um pouco de Martin Luther King, em cada coração americano. E como ele nos dizia, essa vitória mostra que a força do caráter não pode ser medida pela cor da pele. Ver este homem, negro e de origem humilde, tão real e palpável, chegando ao poder, nos leva a rever velhos conceitos, velhas opiniões. Já era tempo...



“Nós vamos mudar este país.
Nós vamos mudar o mundo.”

Engraçado, dessa vez, eu acredito. Boa sorte!

Caroline


ps. Como não sei colocar vídeos do Youtube aqui, deixo o link pra vocês tentarem assistir. Gosto muito deste e como ele diz: Sim, podemos!!

http://www.youtube.com/watch?feature=related&v=BHEO_fG3mm4

9 comentários:

Afrodite disse...

Foi ótimo ele ter sido eleito!Vamos esperar e ver como ficará o governo,afiunal tudoque acontece lá,reflete aqui,não???
Bjo!

Fernanda Magalhães disse...

Doce Carol, eu tbem estou na expectativa de dias melhores e acredito nesse cara ai...Tem q acreditar, neh?

Bjitos de luz!

Welker disse...

Li num livro uma vez que todo candidato a presidente, assim que ganha uma eleição, perde todo o direito de ser, de fato, presidente. O livro é puro non-sense coerente... espero não ter sido contraditório. Enfim...

"Os homens fazem a história, mas eles a fazem inconscientemente."

Roberta Saviñon disse...

oi CA! mais uma coisa q temos em comum, esse sonho americano tbm ñ me atrai.Acho q esqueceram de avisar p/eles q vivemos tdos em um unico planeta, tbm torci mto por Obama vi nele um padaço de cada lugar do mundo e me indgnei qdo quiseram fazer disso um defeito.
sou fascinada por outros idiomas e foi por essa paixão q aprendi ingles, español e corro atras do italiano...
Um gde bjo... se cuida...

Núbia disse...

Torci para o Obama vencer pois vejo nele uma pessoa com vontade de fazer a diferença em prol do seu país e, em conseqüência, do mundo todo.

Ótimo texto.

Olavo disse...

achei que a humanidade deu um passo sem tamanho..pq realmente querendo ou não..são eles que comandam quase que todo o mundo.
beijos Carol.

Roberta Saviñon disse...

oi lindah! Nossa escutei cada elogio referente ao seu blog, tdo mundo a quem eu o mostrei ficou apaixonado por vc na msma hora! ñ eh p/ menos neh?
gdes beijus... se cuida...

Vera Vilela disse...

Não sei dizer se gostei ou não, eu tenho sim muita antipatia por tudo a que se refere aos Estados Unidos, tomara que vocês estejam certos e algo mude por lá. Esse frase: “Nós vamos mudar este país.
Nós vamos mudar o mundo.”
só mostra mais uma vez o egocentrismo dos americanos, deviam viver suas vidas e deixar o resto do nosso planetinha em paz. Já estava muito bom.

Vera Vilela disse...

Não sei dizer se gostei ou não, eu tenho sim muita antipatia por tudo a que se refere aos Estados Unidos, tomara que vocês estejam certos e algo mude por lá. Esse frase: “Nós vamos mudar este país.
Nós vamos mudar o mundo.”
só mostra mais uma vez o egocentrismo dos americanos, deviam viver suas vidas e deixar o resto do nosso planetinha em paz. Já estava muito bom.

Tem mais alguém aqui?