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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Presentão

Eu sempre soube que as cerejas da vida estão nas pequenas coisas. Gestos que passam batido, com um bom dia dado de coração, um beijinho de boa noite, aquela mão que segura a tua e passa confiança, o olhar de quem te ama, dizendo que vai ficar tudo bem, aquela ligação inesperada, comidinha de mãe, etc. E são tantas maneiras da gente encontrar a tal felicidade, que eu poderia ficar aqui, horas e horas, nomeando cada uma. Eu sempre soube, mas tem vezes que esqueço e almejo o “algo mais”. Acontece que o algo mais é tipo caixa de bombom. É muito bom na hora, que ela ta ali, cheia, prontinha pra ser saboreada. Tem gente que devora tudo de uma vez, outros se lambuzam aos poucos, só que uma hora termina. Mas e o depois? Tu olha a caixa vazia e vê que o prazer foi embora e ficou o que?

Quero pra mim tudo aquilo que deixe marcas, marcas em meu coração. Por isso não gosto de ganhar flores de presente. Pq elas morrem, sempre me lembram o fim. Troco tranqüilo um boque maravilhoso por um abraço sincero, uma foto, uma visita aqui em casa. Gosto de gente, não ligo pra nada material, nada mesmo. E sabe de uma coisa? Devo ter sido uma boa menina. Pois, embora com um pouco de atraso (Tudo bem, está perdoado o bom velhinho. Afinal, primeiro os velhinhos e as crianças.), um presentão de natal chegou hoje e me deixou muito, mas muuuuuuuito feliz.

Recebi uma carta, de um amigo que estava há muito tempo sem dar notícias. Foi de próprio punho, tirou alguns minutos do seu dia e parou pra escreve- la. O melhor de tudo, lembrou de mim. De todos presentes do mundo, você ser lembrado por alguém muito querido, que já tinha virado só saudade, não tem preço. Meu coração encheu de alegria. Pareço criança, pq nem sei quantas vezes já li e reli. Agora eu sei quais são os maiores tesouros desta vida e sou muito, mas muuuuuuita grata por todos os meus. Obrigadão Papai Noel! Ganhei meu dia =)



Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam "não"...
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração...


(Canção Da América - Milton Nascimento)

domingo, 28 de dezembro de 2008

Enquanto houver sol

"Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós
Algo de uma criança
..."

Titãs


Ah, o amor!!!



"O amor faz-nos viver no futuro
quando se é novo,
no passado quando se é velho
e no céu, durante um dia."

sábado, 27 de dezembro de 2008

RETROSPECTIVA


Fim de ano, não tem como escapar, pelo menos para mim. Sempre vem aquela paradinha pra reflexão. Então, chegou aquela hora de rever o que passou, aquilo tudo que aprendi nesse ano que vai embora. Enfim, tudo aquilo que construiu essa Carol, versão 2009, que pretende fazer dessa nova oportunidade mais uma chance de seguir redescobrindo a vida. Nossa! 2008 daria um livro. Foi um ano bem, digamos assim, movimentado.

Nunca fui de cerimônia, pra esperar a entrada de ano. Nem sei ao certo quanto tempo faz, mas há muito tempo a noite do reveion era como tantas outras. Não compro calcinha nova, nem visto roupa branca, nada disso. Comia a lentilha pq faz parte do cardápio, mas sem superstição. Sete ondas então, não pulo desde que papai se foi, quando deixei de achar graça nessa festa. Ao contrário do natal, não esperava a meia noite pra jantar. Na maioria das vezes, era acordada na hora dos fogos, com beijinhos da minha mãe, desejando feliz ano novo. Sempre achei tudo uma grande besteira, e que essas coisas realmente não faziam diferença. Hoje entendo o porquê. Por que na minha vida não cabiam diferenças. Não esperava e nem almejava por mudanças. A escolha era só minha e eu tinha escolhido deixar o tempo passar, assistir tudo de longe, nunca como a protagonista. Tudo é questão de escolha...

Acontece que atraímos aquilo que desejamos. Nessa vida tem que se lutar por aquilo que queira. E quando se entrega os pontos, a vida retribui jogando a toalha também. Comecei o ano de mal com a vida. Sabe quando a única vontade é sumir, dormir e nunca mais acordar? Queria só poder tirar aquela tristeza e melancolia, que toda hora me acompanhavam, até mesmo quando tinha um sorriso em meu rosto. Tudo piorou quando perdi meu emprego, em março. Dalí entrei naquele estágio que a mente só pensa besteiras, ou melhor, nem pensa. E não tem nada mais válido do que aquele ditado que diz: mente sã, corpo são. Não demorou muito para eu adoecer. Tudo começou em pleno domingo de páscoa. Começou aí toda transformação na minha vida, foi aí que aprendi o quanto é necessário VIVER.

Foi perdendo minha saúde, que aprendi o valor de acordar todos os dias, com a vida pulsando dentro de mim;
Foi perdendo meus movimentos, que aprendi o quanto é importante valorizar minha liberdade de ir e vir;
Foi perdendo a fala, que aprendi o quanto é válido saber ouvir e meditar, bater um papo com meu eu interior;
Foi perdendo minha independência, que aprendi o quanto vale ter gente que nos ama ao nosso lado, incondicionalmente;
Foi sentindo muito medo, que redescobri minha fé em Deus, assim pude senti-lo sempre presente;
Foram nos piores dias, que reconheci os verdadeiros amigos;
Foi no meio de muita revolta e várias perguntas, que percebi o que tinha perdido até então;
Foi assim, que aprendi o real significado da palavra HUMILDADE.

Foi a partir daí, nem antes, nem depois, que dei valor pras coisas simples, cotidianas, que passam batidas. Tive que ter tudo podado, pra entender o quanto havia descuidado da pessoa mais importante desse mundo: EU. Foram meses e meses de fisio, fono e muitos exames; mas a maior transformação foi em minha mente e no meu coração. Redescobri uma Carol há muito tempo adormecida. Descobri uma menina- mulher forte, guerreira, cheia de sonhos e planos. Nesse ano aprendi que as pessoas entram e saem das nossas vidas, mas que o importante mesmo são as marcas que deixam e deixamos. Aprendi que preciso me amar e aceitar do jeitinho que sou, e assim, passei a me achar linda, poderosa e muito amada. Encontrei novamente a felicidade, trabalhando naquilo que mais amo. Pois não tem nada no mundo mais verdadeiro e puro como o amor que recebo dos meus alunos. E, por fim, meus olhos se abriram e pude ver que sou a pessoa mais sortuda do mundo.

Sabe pq? Por que consegui superar e aprender com todos meus problemas. Consegui seguir em frente, em paz, livre de cada mágoa, medo, tristeza e arrependimento que houvesse. Hoje sou a pessoa mais feliz deste mundo. E olha que não são somente dias de sol, em minha vida. Vez ou outra surgem umas nuvens, que as vezes custam a ir embora. Mas aí me pergunto: “O que é uma nuvenzinha, pra quem tem a vida toda pela frente, pra curtir um lindo nascer do sol.” Não desanima quem tem fé. Quem tem a melhor família do mundo, quem tem uma super mãe como a minha. Então, depois de tudo, é bem assim que pretendo entrar o ano novo, agradecendo muitão. Agradecendo essa nova chance de redescobrir a vida e lutar por ela, a cada dia de 2009.

Sabe, na hora da dor, da revolta, a gente tem mania de perguntar “por que eu??” Mamãe sempre me disse que Deus escreve certo por linhas tortas. Ô, e como é verdade! Se não fosse esse susto, essa sacudida, duvido muito que houvesse alguma mudança. O que vai acontecer amanhã? Não sei! Mas não penso muito longe, não. Deixo o destino acontecer. Porém, jamais deixarei passar de novo, o maior presente que temos a cada novo amanhecer, o de poder reescrever nossa história.

Que venha 2009! E com ele muita paz, amor, saúde e dinheiro, pra todos nós. Por que hoje, cada novo amigo que fiz aqui, já faz parte da minha vida. Obrigadão por tudo e até logo mais, ali, no ano que vem chegando.


Caroline

Só depende de nós

"Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje.

Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a
poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o
desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.

Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus por ter um teto para morar.

Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma.

Tudo depende só de mim."



Charles Chaplin

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

É sempre bom lembrar que:








* Do site frasesilustradas.com *

As curvas da estrada de Santos



Desde que me conheço por gente vejo minha mãe suspirar por um único e eterno rei. Lembro que, ainda muito pequena, não entendia direito e morria de ciúmes. Era um misto daquela ciumeira de filha, com uma revolta, ao ver que papai não tomava uma atitude, perante essa paixonite aguda da mamãe. A lembrança mais remota que tenho, deve ser lá dos meus 4 anos, quando estávamos numa loja escolhendo discos (isso mesmo, os LP’s) e tinha um do Roberto em exposição. Mamãe dizia que era o namorado dela. Eu, nem pensava duas vezes, com as bochechas vermelhas de tão brava, logo retrucava: “teu namorado é o papai.” Minha mãe se divertia, meu pai ria e todos adultos achavam graça, o que me irritava mais ainda. Na minha cabeça aquele homem era rival do meu pai, algo perigoso, que me deixava em alerta. Tinha medo que minha mãe fugisse pra ficar com ele. Quanta imaginação... Ai ai ai, crianças... hauhauhauhaua

Não lembro se meu pai também tinha desses amores platônico, por algum ídolo. Não lembro mesmo... O que sei foi que custei muito a entender o que significa admirar uma pessoa assim. Só depois de madura percebi aquele amor e quando dei por mim, assim como mamãe, era mais uma súdita do rei Roberto Carlos. Lembro que teve uma vez que meus pais foram viajar. Eu e minha mana ficamos na casa da vovó. Foram pra São Paulo, no litoral, pra Santos. Parece que foi ontem, pois é tão nítido a lembrança do retorno, em que mamãe voltou tão feliz, tão bonita. Não esqueço daquele dia. Claro que na época eu não entendi nada e também nem importava. A saudade era tanta, que só dela estar em casa já era minha maior felicidade. Eu já estava mocinha, quando assimilei o significado daquela viagem. Meu pai tinha planejado tudinho, como uma segunda lua de mel. Que teve início nas curvas de Santos, embaladas ao som do Roberto, numa fita K7, no velho e bom Corcel. Minha mãe conta que foi uma semana de sonho, algo inesquecível. Sempre com os olhos marejados, saudade...

Outra coisa marcante, foram os dias de Show, quando ele se apresentava aqui em Porto Alegre. Papai sempre comprava cadeira pros dois e minha mãe, feito criança, esperava ansiosa, contando as horas. Mais uma vez, vovó ficava conosco e quando voltavam, minha mãe era só sorriso, de orelha a orelha. Passei minha vida inteira embalada por canções como: Detalhes, Outra vez, Como vai você e assim por diante. Sem sombra de dúvidas foi da mamãe que puxei o lado mais sentimental, romântico. Aqui o emocional sempre comanda. E foi assim, em 92, quando eu tinha 12 anos, que assisti pela primeira vez Roberto cantando ao vivo. Não tem explicação, não da pra descrever aqui o que é aquele homem cantando o amor. Arrepia até a alma da gente. Olha, está certo que ninguém é obrigado a compartilhar comigo os mesmos gostos, mas quando escuto gente idiota, falando que ele canta pras domésticas, só lamento. Pois duvido que alguém ficasse imune, vendo aquele ser franzino, mas que vira um gigante, cantando as verdades dele, as verdade que todos possuímos, como seres humanos. Por que não tem verdade maior do que o amor, não é?

A troco de que desembestei a escrever sobre isso? Por que já faz muitos anos, que todo dia 25 é sagrado, estejamos onde for, eu e mamãe sempre assistimos o especial de fim de ano. E ontem não foi diferente. E mais uma vez, aquelas minhas velhas conhecidas canções me emocionaram. Trazem tantas lembranças, uma saudade enorme e uma paz de espírito. Sabe porque? Por que eu acredito no amor, seja como for, amor entre as pessoas. Acredito naquelas letras, que pra mim são recebidas como lições de vida. Gosto de tudo que seja verdadeiro, que toque meu coração. E acima de tudo, fico feliz em dividir isso com mamãe. Hoje damos risadas juntas, lembrando daquela menina bobinha, que detestava aquele “tio” da televisão, por quem a mãe sempre chorava. É! Nada como o tempo mesmo. Lágrimas compartilhadas, emoção em família e ao fundo: “se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.” E a vida segue...


É! Tem sempre um ou outro pra falar, né? Mas quando essas mesmas músicas, cantadas por outros artistas como: Jota Quest, Skank, Capital Inicial, etc; aí é POP, não é mais cafona, nem brega... Ô povo que gosta de se enganar mesmo. Quer ver uma coisa? Minha mana continua não gostando. Acha o “ó do borogodó”, diz que chorar assistindo especial de fim de ano é “fim de carreira”. Ninguém é perfeito... hauhauhauahuahuahuahuahua


Esse texto vai para minha mãe, com amor.

Caroline


quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal

Um momento doce e cheio de significado para as nossas vidas. (Para a minha, neste ano em especial, tem um sabor de vitória, superação, amor e fé.)
É tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo que a cerca.
É momento de deixar nascer essa criança pura, inocente e cheia de esperança que mora dentro de nossos corações.
É sempre tempo de contemplar aquele menino pobre, que nasceu numa manjedoura, para nos fazer entender que o ser humano vale por aquilo que é e faz, e nunca por aquilo que possui. Tempo de compaixão por aqueles que, de uma maneira ou outra, não tem muito a festejar, a celebrar a vida.

Noite cristã, onde a alegria invade nossos corações trazendo a paz e a harmonia.

Sinto quando alguém diz não gostar desta noite, que fica triste. Já tive épocas em que me sentia deste exato jeitinho. Meu desejo é que pudéssemos todos ter só a comemorar. Mas cada um sabe o que passa dentro do seu coração, não é?
O que sei, é que hoje recebo essa noite como fazia há mais de 20 anos atrás, com o olhar de sonho e magia, aquele que temos quando crianças.

O Natal é um dia festivo, mas espero que não esqueçamos da festa maior, a festa do nascimento de Cristo, dentro de cada um de nós.
Que neste Natal possamos sentir mais forte ainda o significado da palavra amor, que traga raios de luz que iluminem nosso caminho e transformem nosso coração a cada dia, fazendo que vivamos sempre com muita felicidade.

Neste ano que vai embora, aprendi que sempre é tempo de refazer planos, reconsiderar os equívocos e retomar o caminho para uma vida cada vez mais feliz.
Que os grandes milagres da vida acontecem a cada instante.
Que toda hora é hora pra realizarmos todos nossos sonhos!
E, o mais importante: NÃO SOMOS NINGUÉM NESTA VIDA SE ESTAMOS SOZINHOS.

Fazer amigos é o maior presente que podemos ter nesta vida.
E é por isso que só tenho a agradecer.
Obrigadão Olavo, Jhuly, Afrodite, Vera, Pê, Fernanda, Núbia e Welker.
E a todos os outros que me visitam e sempre deixam uma palavra de carinho.
Cada um de vocês está guardadinho em meu coração.

“CADA PESSOA QUE PASSA EM NOSSAS VIDAS É ÚNICA.
DEIXA UM POUCO DE SÍ E LEVA UM POUCO DE NÓS...”






Estou indo ajudar a preparar a ceia =P
Até mais!

Defina-se em 6 coisas...

Em primeiríssimo lugar vai EMOTIVA. Minha mana, só de deboche, me chama de docinho... Então, dá pra ter uma noção, não dá? hehehe;
Depois, segundo minha mãe, sou a pessoa mais TRANSPARENTE que ela já viu. Desde pequena não consigo disfarçar algo que me desagrada ou qualquer emoção que tenha;
Sou muito PERSISTENTE, naquilo que “encano” em fazer, ir atrás;
A TEIMOSIA aqui também é grande, embora eu saiba dar o “braço a torcer”, sempre reconheço minhas mancadas;
OTIMISTA, até mesmo quando tudo parece desandar. Pelo menos a fé em dias melhores me salva, né?
E por fim, ALEGRE. Aqui não tem tempo ruim. O bom humor traz cor e brilho pra minha vida. Até tenho dias ruins, como todo mundo, mas não duram muito. A vida não é sempre colorida, mas um sorriso ajuda a melhorar, sabia?




Acho que essas são as minhas principais características.

Caroline

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Olha quem está aqui...



Sempre estive nas tuas lembranças, nas saudades da infância. Enquanto foste vendo as fotos, lendo velhas cartinhas, alguns cartões de natais passados, eu despertava em teu peito. Vim de mansinho, fazendo tu perceber que tinham coisas que já nem lembrava mais. Então veio aquela sensação, que tu nem ao menos sabe explicar pq. Pode até parecer piegas demais, porém da um arrepio, uma coisa direto no coração. Sabe aquele nó na garganta, aquele olho marejado, aquela carinha de boba, perdida em velhas lembranças? É aí que estou, em algum lugar guardadinha, dentro de ti. E como não sentir, quando lembras de uma época que tínhamos conosco pessoas que mais amávamos no mundo? Como não ser clichê, pensando nas brincadeiras de criança, correndo em volta da mesa de jantar, pra não deixar minha mana me pegar, aparecer chorando a noite, pedindo pra deitar na cama da mamãe, com medo de sei lá o que, esperar os finais de semana pra ter o xodó da minha vovó só pra mim (ela vinha aqui pra casa), a ansiedade da meia noite, pra encontrar Papai Noel, reclamar da hora dos estudos, da hora de dormir, da hora de acordar, parar as brincadeiras pra tomar banho... Quem dera os problemas ainda fossem esses, não é?

Tenho muitos motivos pra estar aqui, sempre contigo, dividindo o mesmo sentimento de saudade, de todo esse tempo. E ele, o tempo, passa tão rápido e as coisas que menos imaginamos acontecem. Hoje não és a astronauta que um dia sonhei, não moras em outro planeta, sequer saiu da mesma cidade. Não visita mais a vó, no almoço do dias das mães (ela nem ta mais por aqui), não vai mais pra escola de carro, com papai escutando a rádio gaúcha, não tem mais finais de semana na tia Ana, domingos na piscina, piso quentinho pra deitar e se aquecer. Não passa mais as férias na casa da praia, onde tinha longas duas horas de espera depois do churrasco pra pular n’água, a corrida pra casa pós-assobio do papai... A verdade é que nem eu existo mais, mas ainda me reconheço, mesmo nesse reflexo de “gente grande”, que tu acabou virando.

Enfim, estou aqui hoje pra que tu saibas que apesar de não poder estar mais de corpo presente, estou sempre contigo. Em ti. Torcendo pra que um dia tu sejas tão feliz quanto eu fui. Te fazendo lembrar que não precisa ter vergonha ou receio, de ser criança, ficar mais leve, sentir a vida e não o peso que dão pra ela. Tu me fazes muito feliz, muitão, toda vez que lembra de mim, sempre com carinho. Adoro te pegar sorrindo, cada vez que me faz reviver um pouco em ti. Cada vez que senta pra brincar com uma criança, cada vez que ri quando não pode, quando solta uma tamanha besteira e só depois vê que é tarde demais. Quando prova um doce com o dedo, nas vezes que corre pro colo de mãe, quando chora de emoção, de felicidade, chora de rir. Quando anda descalça, nas vezes que de roupa mesmo, toma aquele banho de mangueira, com direito a “chuvinha” e muitas gargalhadas. E principalmente, quando te pego rindo, descontraída, daquelas velhas piadas do Chaves. São naquelas lágrimas, que molham teu rosto e acariciam o coração, vindas cada vez que escuta Ursinho Pimpão, são nesses exatos momentos que tenho a certeza que jamais me deixarás partir....

Te amo muito! E como dizem por aí, no final o que vale é ser feliz, não é? E eu tenho muita sorte e muito orgulho do jeito que tu cuidastes de mim, de nós. Vai, Carol! Busca tua felicidade. Só não esquece que ela está nesses momentos singelos, coisas do dia a dia, mas que marcam nossa vida pra sempre. Não deixa a vida correr, faça parte dela. Não deixe nada pela metade, não tenha medo, confie. Diga “eu te amo”, do jeitinho que eu fazia, de coração pra coração. Não pense muito adiante, o que conta é o agora. Brinque, ria, chore... Estarei aqui, em teu coração, cada vez que ele bater mais forte, seja por um sonho, uma conquista, uma dor... Graças a ti, estou sempre por aqui.

Ass. Tua alma infantil

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Minha nada mole vida =P

Pessoal

Ainda nem acredito que está chegando o natal. Credo, como esse ano passou voando... Pelo menos essa é a sensação que tenho. Bom, o que queria dizer é que ando afastada daqui, coisa que não gosto muito, sinto maior falta de escrever e ler cada um de vocês, meus amigos queridos. Mal tive tempo de fazer o presente do AVO, mas por outro lado é sinal que a vida vai de vento em polpa, graças a Deus.

Já concluí todas as atividades dos meus anjinhos e agora estamos nos preparativos finais para o encerramento do ano. Depois, ainda sairemos pra jantar, as professoras e direção, confraternização de fim de ano. Terá a entrega do presente do amigo oculto, que já me deu baita dor de cabeça. Minha amiga sugeriu o presente, queria artigos esotéricos, num valor pré- determinado. Fui até o centro, na torreira do sol e encontrei uma bruxinha, coisa mais linda do mundo. Achei de cara, de primeira e fiquei felizona, me achando “a mulher de sorte”. De lá fui em outras lojas, comprar os presentes pro pessoal aqui de casa e não é que perdi a tal bruxa. Ah! Até agora não consigo acreditar como consegui essa proeza... buaaaaaa

Mas tudo bem! Como diz mamãe: “Vão os anéis, ficam os dedos...” Só tive coragem de voltar na loja hoje. Estava esperando o milagre de natal. Sei lá, né? A bruxinha bem que poderia vir voando até mim... Esperança é a última que morre... hehehe

Trabalho até o dia 24, meio dia. Terá um acantonamento na escolinha, dia 23. Dormimos lá para chegada do Papai Noel. Terá também o último passeio do ano, num clube aquático. Desses com muitas piscinas, tobogã, criança pulando e os nervos da “tia” aqui em frangalhos. Espero que todos anjinhos da guarda estejam de plantão. Amém! Depois dessa maratona de desafios todos serão entregues aos pais, sãos e salvos, se Deus quiser. hauhauhauhauhaua

Aí sim, poderei voltar aqui, com calma, contar meus “causos”. Vocês nem imaginam, mas coisa que mais tenho aproveitado é esta magia que gira em torno da espera pelo bom velhinho. Estou tomada até o último fio de cabelo, com o tal “espírito natalino”. O tempinho que tenho estou usando pra organizar tudo aqui em casa. Este ano tem um “q” especial, tem muito a comemorar, a agradecer, a celebrar Jesus. Assim que der, prometo que venho contar. Entre tantas outras histórias, muitas até já postada aqui, esta é especial pra mim. Conta a superação e a busca pelos sonhos. Não é novela, mas teve um final feliz. Ou melhor, final NÃO, um recomeço FELIZ DEMAIS.

Nesse fim de semana vou visitar meus afilhados, levar os presentinhos que Papai Noel deixou aqui em casa. Domingo sairei com a mana, pra comprar presente para nossa mãe. Este é o que mais gosto de comprar. Então, é bem provável que consiga entrar só depois de quarta mesmo, quando terei uns dias em casa, só “jiboiando”... ô coisa ruim... hehehehe Se conseguir, dou uma fugidinha, nem que seja pra espiar. Uma coisa é certa, antes do dia 25 venho deixar presentes, pra esse povo que já mora em meu coração. Afinal, o senhor Noel não esquece de ninguém, seja pobre ou seja rico, o bom velhinho sempre vem. ;)

Beijinhos, cheios de saudade.
Caroline




Ps. Fotos da minha árvore.
Desta vez, sem pitacos da minha mana “quase drag”.
Uma coisa bem mais a minha cara
=)





FELIZ NATAL!!!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Então, é natal!!



Confesso que ando sem muita vontade de escrever, quando é bem mais fácil postar esses textos bonitos, que nos chamam pra uma reflexão. Coisa que meus relatos, sobre minhas aventuras e desventuras, ficam anos luz distante deste poder de persuasão. A verdade é que, por falta de disposição e criatividade, “encho lingüiça” na maior cara de pau mesmo.

Estou numa correria doida, pra encerrar o ano letivo. Preciso concluir as atividades e trabalhinhos, organizar minha turminha pro acantonamento de natal, pensar num presente pra minha amiga secreta, procurar um lugar bom e barato, pra festinha de confraternização dos funcionários (adoro essas indiadas e, desta vez, o pepino ficou por minha conta)... Isso tudo no lado profissional.

Minha casa está de pernas pro ar. Eu e minha mana demos uma cozinha nova pra mamãe, já que a dela devia ter praticamente minha idade. Compramos tudo branquinho, novinho, do jeitinho que ela sempre quis. Como felicidade de pobre dura pouco, OBVIO que foi necessário alguns reparos, uma reforminha básica. Só que o que era pra ser algo “rapidinho”, já virou promessa pra santo... São Fulano de Tal, protetor das obras inacabadas, há de nos ajudar, que ainda neste final de semana já possamos andar pela casa, sem esbarrar em caixas e pó... O sangue de Jesus tem poder!!

No ultimo domingo, eu e minha irmã, aproveitamos pra arrumar a sala, decorando para o natal. Ficou uma graça! Nosso pinheiro sofreu uma repaginada, está até mais chique, mais discreto. Nunca vi como pode, minha mana era pra ser Drag Queen, já que AMA um colorido. Consegui convence- la a usar somente o vermelho e dourado, algo mais “basicão”, a minha cara... hehehe

Ontem fui comprar um jogo de panelas. Aproveitei e comprei presentes de aniversário, pra dois filhos de uma amiga, que farão uma festinha hoje a noite. Amanhã irei atrás de um conjunto de jantar e copos. Mas isso é só o começo. Nem parei ainda pra dar uma olhada nos presentes de natal. Adoro o espírito natalino, agora aja dinheiro, pra tantos gastos, como os que aparecem nessa época do ano. Jesus! Acontece que vale a pena, toda essa correria e cansaço. Principalmente quando faço algo pra mamãe, pessoa que mais amo nesse mundo. Sempre que puder, cada sonho que eu possa realizar, ainda é muito pouco, pelo “tantão” que ela merece. Enfim, pq é natal, pq estou muito feliz, pq estamos todas com saúde e mais uma vez unidas... Pq meu time é CAMPEÃO.

Obrigada, meu Deus!!
Obrigada por este presentão de natal!



Caroline

Não chores por mim, Argentina... hehehe




Segue tua senda de vitórias
Colorado das glórias
Orgulho do Brasil

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Como não educar um filho

Ou, leia-se:
como criar um delinqüente:




1- Comece na infância a dar a seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando ele crescer, acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que ele deseja.

2- Quando ele disser nomes feios, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante.

3- Nunca lhe dê qualquer orientação religiosa. Espere até ele chegar aos 21 anos e “decida por si mesmo”.

4- Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas. Faça tudo para ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade.

5- Discuta com freqüência na presença deles. Assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.

6- Dê-lhe todo o dinheiro que quiser.

7- Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. Negar pode acarretar “frustrações prejudiciais”.

8- Tome partido dele contra vizinhos, professores e policiais. (Todos têm má vontade com seu filho).

9- Quando ele se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: “Nunca consegui dominá-lo”.

E, finalmente...

10- Prepare-se para uma vida de desgosto.


Vivemos num mundo com tanta violência e visível falta de educação. Vale a pena pensarmos melhor em que tipo de valores estamos repassando ao nossos filhos.
Se você achou interessante esta mensagem repasse ao maior número possível de pais, professores e de, futuros pais.

O mundo precisa de cidadãos de bem, e a responsabilidade também é nossa.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dia mundial da luta pelo combate da AIDS


Relato de uma soro positiva anônima

"Essa é uma longa história que mudou minha vida. Aconteceu há dezessete anos atrás, mas pra dizer a verdade o início de tudo se deu há vinte e seis anos. Foi quando conheci meu primeiro amor. Eu era novinha, bobinha e apaixonada. Engravidei aos dezessete anos, ele tinha dezenove. Éramos duas crianças, não tínhamos noção do que estávamos fazendo. Casamos, mesmo sem ter condições. As famílias ajudavam no que podiam, nossa vida era confusa, ele só queria saber de ficar nos botecos enchendo a cara, jogando sinuca e aprontando. Eu burra que era, ficava em casa chorando.

Aos dezenove anos engravidei do segundo filho. A essa altura do campeonato nossa vida já estava um caos, mas mesmo assim eu curti muito a gravidez. Foram quase sete anos de casamento, brigas e separações. Até que criei coragem e pedi a separação definitiva. Foram seis meses de brigas, baixarias, até na delegacia fomos parar. Ele não queria assinar os documentos, comprou uma arma e disse o famoso chavão:

- "Se você não vai ser minha, também não vai ser de mais ninguém!!!"

Me arrumei, arranjei um emprego, fiz novas amizades e voltei a boa e velha rotina. Nunca saí por aí gritando aos quatro ventos que sou portadora do HIV, isso só diz respeito a mim, a minha família e quem eu achar q mereça saber. Sou uma mulher bastante bonita, tenho boa aparência mesmo, sou inteligente e sempre fui muito paquerada. Aí vai um alerta:
Ninguém trás escrito na testa que tem o vírus, portanto NUNCA transe sem camisinha.

Logo que voltei a vida normal fui á uma pizzaria para comemorar o aniversário de um amigo e lá apareceu um bonitão cheio de "lero lero". Ele me convidou para jantar, eu aceitei. Nós mal nos conhecíamos, para mim não passaria jamais de um jantar, por isso não vi necessidade de contar nada a ele. Só que o "lindinho" me levou para dar uma "esticadinha" na noite e depois que saímos da pizzaria, ele estacionou o carro na porta de um motel. Eu disse que não queria entrar, ele começou a me agarrar dentro do carro, eu empurrei várias vezes como forma de rejeição mesmo e ele veio com estupidez e chegou ao cumulo de dizer:

- "Paguei o jantar e não vou ficar sem sobremesa !"

Se eu fosse uma pessoa sem caráter, teria entrado no motel, feito sexo com ele a noite toda e só depois contado para ele a verdade ou até quem sabe nem teria contado nada? Só que jamais faria isso, entre um empurrão e outro falei:

" - Eu tenho HIV, sou soropositiva, tenho AIDS e não vou entrar nesse motel! Por favor, me leve para casa agora."

Ele me largou, ficou pálido, mudo e sem ação. Dirigiu caladinho sem nem me olhar no rosto. Me deixou em casa e sumiu.
Dias depois me ligou, disse que precisava falar comigo. Nos encontramos e conversamos muito. Ele pediu desculpas e agradeceu por eu ter sido sincéra. Ele disse que aquela noite mudou a vida dele. Se fosse outra pessoa, talvez não faria o mesmo que eu fiz: FALAR A VERDADE!

Depois disso vieram outros, mas eu não queria saber de ninguém. Até que apareceu alguém especial e olha aí o meu coração batendo forte de novo!!! Tive que contar toda a verdade á ele, senti medo de ser rejeitada, mas mesmo assim falei a verdade. Por ele não ser portador, achei que seria impossível termos alguma coisa, mas me enganei. Namoramos durante quatro anos. Nunca fiquei doente, nunca fui internada. Ninguém diz que sou portadora do vírus da AIDS. As pessoas sempre falam do meu alto astral, da minha alegria, da minha beleza... Posso jurar a quem quiser que ninguém, mas ninguém mesmo que me conhece pessoalmente imagina que tenho HIV positivo.

Volto a repetir: não pensem que foi fácil ou que é fácil lidar com isso. Acordar todos os dias sabendo que dentro do meu corpo tem um vírus que pode me matar, é ter consciência de que a morte está presente comigo o tempo todo. Nunca fui internada, nunca fiquei doente, mas tenho que tomar quatro comprimidos caríssimos por dia pelo resto de minha existência para me manter viva e saudável.

Não bebo, não fumo, nunca usei droga. Me contaminei dentro de casa, na minha cama, fazendo amor com meu marido. Ele foi o segundo homem com quem tive relação sexual em minha vida e eu confiava nele e o amava demais.
Gente, AIDS não é brincadeira, não existe grupo de risco e sim COMPORTAMENTO DE RISCO. Tem que transar de camisinha SIM. Preconceito é a maneira mais fácil e rápida de você se contaminar. Ninguém está imune, a menos que use camisinha SEMPRE, mesmo fazendo sexo oral, pois muitos não acreditam que também se contrai o vírus praticando sexo oral, é uma verdade mais que COMPROVADA!

Tudo isso aconteceu comigo porque nunca ouvi meus pais, sempre fiz o que me dava na cabeça. Achava que AIDS era coisa de gay, drogado e vadia. Queimei a língua!!!

Engravidei aos dezesete anos porque me achava a espertalhona, a moderna e a dona do meu nariz. Quebrei a cara!!! Casei com o cara errado e tive dois filhos com ele e que não têm culpa da minha burrice e desobediência. Por quê não obedeci aos meus pais? Tarde para me perguntar isso, não acham? Eles sempre foram contra, mas eu achava que sabia o que era melhor para mim. Resultado: Me ferrei!!! Isso é BEM FEITO!!! Enfim, só fiz merda MESMO!!!

Hoje eu posso dizer que amadureci, aprendi a dar valor á vida, á família e ao verdadeiro amor. A começar pelo amor próprio. Quem se ama, se cuida e cuida dos outros também. O que não quero de ruim para mim, jamais desejo ao próximo. Otimismo, fé, coragem, perseverança, honestidade, amor ao próximo ... Tudo isso é o que me mantém viva e feliz até hoje."

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Encerrando Ciclos - Sonia Hurtado


“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o
sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao
ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam
ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir
recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar
os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes
ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que
reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos,
promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que
sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.

Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.”

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O Amor Desprendido - S. Taniguchi


“Muito difícil amar desapegadamente, sem esperar retorno”.

É muito nobre amar alguém. Amando, nos elevamos e tornamos outra pessoa feliz.
No entanto, se nosso amor for acompanhado do apego, ele nos fará sofrer.
O apego faz-nos tolher o outro, desejando submetê-lo à nossa vontade.
Se amarrarmos, ainda que mentalmente, a outra pessoa, desejando que ela seja do jeito que queremos, ela acabará nos “escapando”.
Ainda que não nos “escape” literalmente, ela poderá começar a nos evitar, a sair ou a voltar tarde, porque em casa não se sente a vontade.

A pessoa que possui amor-apego, não consegue receber a outra pessoa com alegria espontânea, sem restrições.
Mas aquela que possui o amor-desprendido, recebe a outra pessoa sempre carinhosamente, alegremente, com felicidade.
A pessoa que nutre o amor-apego, sente-se insegura, angustiada, insatisfeita e permanentemente receosa de perder a outra pessoa.
É por isso que é tão importante deixarmos o sentimento de apego.
Isto não significa tornarmo-nos indiferentes. Significa ter o amor que doa, o amor desprendido, o que é muito diferente.
É muito difícil amar desapegadamente, sem esperar retorno. Levamos, às vezes, a vida inteira para aprender o que é o amor sublime.
Você vê uma borboleta e a toma em suas mãos. Você vê sua beleza e a coloca em seu coração. Desejando mantê-la consigo, você fecha as mãos em torno dela, com receio de que voe e se vá. Com grande alegria você pensa:

“AGORA POSSO TÊ-LA PARA SEMPRE…”

Logo a alegria se vai, pois a beleza da borboleta já não é mais a mesma. Parte de sua beleza era a sua liberdade. A borboleta sente-se traída, alguma coisa cruel afastou-a de sua liberdade. Em pânico, ela se debate para libertar-se, apenas fazendo você apertá-la mais forte. Percebendo como a borboleta deve estar se sentindo você abre suas mãos. Mesmo sendo custoso, difícil, você deixa ela ir. Enfim, consegue entender o significado da palavra AMOR. Ela voa novamente para longe, agradecida por sentir-se livre outra vez. Você, então, pensa em palavras que há muito havia esquecido:

“SE VOCÊ AMA ALGUMA COISA, DEIXE-A LIVRE...”

Portanto, não se desespere pelo fato de haver apego em sua mente.
Não deve porém, resignar-se com isso.

Sonhos x MEME


Engraçado, como os sonhos se modificam conforme o tempo passa, nos obrigando a encarar a vida com “olhos de gente grande”. Parei aqui, pra pensar, quais daqueles sonhos de criança ainda estavam por aqui, quais sobreviveram ao tempo. Quando eu era pequena, lembro como se fosse hoje, sonhar era como construir com aqueles joguinhos de blocos de madeira, peça sobre peça, esperando pra ver o que formaria no final. Se a uns 20 anos atrás me fizessem essa pergunta: quais são seus sonhos? Era bem provável que teria uma boa lista, na ponta da língua.

Sonhava em ter uma casa, com um pátio bem grande, pros filhos brincarem... Sim! Ser mãe sempre fez parte dos meus sonhos. Sabia até os nomes que daria, pra um menino e uma menina. Ele seria mais velho. Imaginava os dois maiorzinhos, na escola. Seriam unidos, companheiros, amigos; como sempre fui com a minha mana. Pra isso, sonhava em casar na igreja, vestido branco, bolo com noivos, mamãe chorando. Naquela época, assim como hoje, não tinha um tipo pré- estabelecido, não ficava idealizando um tipo físico, nada disso. O meu marido só teria que ser o melhor pai do mundo. Alguém, que assim como eu, tenha essa vontade de formar uma família.

Nunca sonhei em ser rica, ter essas coisas mais caras, casas luxuosas, com piscina, carrão, morar em NY, passar as férias na Europa, ter um Mc Donalds no quintal, etc e tal. A felicidade está dentro da gente e não nos lugares em que podemos ir. Não vale rir, mas sonhava com uma casinha no campo, uma horta pra cuidar, um balanço numa sombra de árvore, muitos bichinhos. Exatamente isso. Desde que conheço por gente sonho em ser professora. Nas minhas brincadeiras, minha mana era minha aluna. Ficava realizada, riscando naquele quadro- negro, enchendo de pó de giz o tapete do nosso quarto. Quando minha irmã se rebelava, por que não estava muito a fim, pegava as bonecas, alguns ursinhos e esquecia da vida, na minha sala de aula.

Jamais sonhei ser bailarina. Detestava o rosa bebê e aquelas músicas, tipo caixinha de jóia da vovó. Quando pequena, sonhava em ser astronauta. O que mais queria era flutuar no espaço, igual via nos filmes. Tem uma cena que me marcou tanto, lembro até hoje: a nave espacial estava em órbita e um carinha observa a terra. Coisa mais linda do mundo, aquela visão do planeta azul, um sonho...
Não lembro, de nem um dia se quer, ter sonhado ser atriz, cantora, modelo, apresentadora ou a próxima mulher fruta... hehehe (brincadeira)
Meu sonho era desvendar a fórmula ultra secreta da Coca- Cola. Naquela época não tinha essa quantidade de genéricos. A única rival era a Pepsi. Coisa que até hoje não mudou, sigo preferindo uma coca geladinha. Na onda das fórmulas secretas, sonhava em descobrir também a do Chandelle. No tempo que era criança, ainda não tinham essas receitas, que hoje em dia até já fiz e fica igualzinho... Uma tentação.

Sonhava em ir até o RJ, conhecer a Xuxa e mostrar meus dotes para ser uma paquita. Então, aproveitando o embalo desse sonho, pegava uma ponte aérea, pra SP, só pra ver de pertinho o palhaço Bozo, que marcou minha infância. Vovó Mafalda, Papai Papudo e várias ligações interurbanas, tentando participar do programa. auhauhauhauahua
Sonhava chegar logo aos 15. Ficar mocinha, igual minhas primas. Poder usar batom vermelho, pintar as unhas e fazer o que bem quisesse. Doce sonho, heim?

Poderia ficar aqui, por horas e horas, recordando aqueles sonhos infantis, de um tempo que já parece tão distante. E sabe de uma coisa? Alguns sonhos continuam iguais, apenas ficaram em algum cantinho do coração, esperando acontecer. Outros, já foram realizados. Trouxeram aquela felicidade impagável, aquela sensação plena da conquista e realização. Poucos pereceram com o tempo... Sei lá! Hoje parecem tão... tão bobinhos. Vai ver é por que cresci mesmo, não houve outro jeito. E por fim, tantos outros virão, pois sonhar é viver. É contar com dias melhores. É ter pelo que batalhar. É a busca pelas cerejas da vida, seja elas quais forem.

SONHE!!

Caroline

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A SERPENTE E O VAGA-LUME - Maísa Intelisano

Conta a lenda que uma vez uma serpente começou a perseguir um vaga-lume. Este fugia rápido, com medo da feroz predadora e a serpente nem pensava em desistir.

Fugiu um dia e ela não desistia. Dois dias, e nada...

No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra:
- Posso lhe fazer três perguntas?
- Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te devorar mesmo, podes perguntar...
- Pertenço a tua cadeia alimentar?
- Não.
- Eu te fiz algum mal?
- Não.
- Então, por que você queres acabar comigo?
- Porque não suporto ver-te brilhar...

- Autor Desconhecido -

* * *

A fábula vale pela reflexão. É bem triste constatar que ainda existam pessoas como a serpente desta história... O ideal seria que soubéssemos ajudar os outros a brilhar para que, assim, o nosso próprio brilho pudesse aumentar e servir de farol para outros tantos que ainda precisam de uma "estrela guia" à frente para saber o caminho a seguir.

Somos tão cegos em nosso orgulho e egoísmo que não percebemos que, ao invejar o brilho do outro, tentando impedi-lo de emitir sua luz, embotamos nosso próprio brilho, escondendo a nossa luz sob as trevas de nosso próprio ego. Não percebemos que também brilhamos, que em nós há a mesma luz e que só depende de nós fazê-la brilhar mais e mais longe e com mais intensidade, na medida em que colocamos o nosso brilho à disposição dos outros. Não entendemos que o nosso crescimento espiritual é diretamente proporcional ao crescimento espiritual dos que estão à nossa volta e que para crescermos é necessário que tudo o que está a nossa volta também cresça.

E o cúmulo da nossa ignorância é que não nos damos conta de que, por mais que a nossa luz seja abafada, por mais que nós a sabotemos com sentimentos pequenos, mesquinhos e egoístas, ela nunca deixa de brilhar. Deus não permite que ela se apague por completo, porque sabe que, mais cedo ou mais tarde, nós vamos despertar desse torpor doentio e vamos precisar dessa pequena faísca para saber por onde recomeçar.

Apesar de sermos nós os necessitados, é Deus que jamais perde a fé e a esperança em nós. Ele permanece sempre acreditando no nosso potencial, na nossa capacidade de vencer e no nosso discernimento para escolher o que é certo. Ele sabe que nada pode sobrepor-se à nossa natureza divina e espera incansavelmente pelo nosso despertar. Ele nunca nos abandona, muito embora nós mesmos, às vezes, façamos questão de virar-lhe as costas para reclamar e nos revoltar por achar que Ele nunca está por perto quando precisamos dEle.

Como crianças mimadas, não percebemos que Ele está sempre ali, no mesmo lugar, à mesma distância, bastando que nós mesmos nos viremos para nos aquecermos ao sol do seu amor infinito, evitando as sombras do nosso orgulho e o frio do nosso egoísmo.

O brilho de cada um é uma faísca do próprio brilho de Deus em suas criaturas. Cada vez que tentamos apagar o brilho de alguém, é contra o brilho de Deus que agimos. Cada vez que impedimos alguém de crescer, é contra a força de Deus em nós que agimos. Cada vez que sabotamos a felicidade de alguém, é a nossa própria felicidade que sabotamos, já que a fonte de toda a felicidade é uma só: o AMOR universal, DEUS.

Cada vez que deixamos a nossa serpente interna engolir o vaga-lume do próximo, é um farol a menos de que dispomos para iluminar a nossa estrada. Quando, na verdade, deveríamos sempre nos lembrar que, por menor que seja a luz do próximo, ela sempre poderá nos servir ao menos como a pequena chama bruxuleante que acende outra vela antes de se apagar.

Todo casal deveria ler - Arthur da Távola


Aos casados há muito tempo
aos que não casaram, aos que vão casar,
aos que acabaram de casar,
aos que pensam em se separar,
…aos que acabaram de se separar,
aos que pensam em voltar…

Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado
uma ótima posição no ranking das virtudes,
o amor ainda lidera com folga.
Tudo o que todos querem é amar.
Encontrar alguém que faça bater forte o coração
e justifique loucuras.
Que nos faça entrar em transe, cair de quatro,
babar na gravata.
Que nos faça revirar os olhos, rir à toa,
cantarolar dentro de um ônibus lotado.
Tem algum médico aí???
Depois que acaba esta paixão retumbante,
sobra o que?
O amor.

Mas não o amor mistificado,
que muitos julgam ter o poder de fazer levitar.
O que sobra é o amor que todos conhecemos,
o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho.
É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo.
Não existem vários tipos de amor,
assim como não existem três tipos de saudades,
quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O amor é único, como qualquer sentimento,
seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido
e mulher não há laços de sangue,
a sedução tem que ser ininterrupta.
Por não haver nenhuma garantia de durabilidade,
qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza,
e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar
uma relação que poderia ser eterna.

Casaram. Te amo prá lá, te amo prá cá.
Lindo, mas insustentável.
O sucesso de um casamento
exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto,
tem que haver muito mais do que amor,
e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.
É preciso que haja, antes de mais nada, respeito.
Agressões zero. Disposição para ouvir argumentos alheios.
Alguma paciência… Amor, só, não basta.

Não pode haver competição. Nem comparações.
Tem que ter jogo de cintura para acatar regras
que não foram previamente combinadas.
Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos,
acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar. Amar, só, é pouco.
Tem que haver inteligência.
Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais,
rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos,
dar exemplo, não gritar. Tem que ter um bom psiquiatra.
Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio
tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância,
vida própria, um tempo pra cada um. Tem que haver confiança.
Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu,
fazer de conta que não escutou.
É preciso entender que união não significa,
necessariamente, fusão.
E que amar, ’sozinho’, não basta.

Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia,
falta discernimento, pé no chão, racionalidade.
Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre,
mas que sozinho não dá conta do recado.
O amor é grande mas não é dois.
É preciso convocar uma turma de sentimentos
para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Ao tempo, o tempo - Silvia Schmidt


Se o teu lugar agora parece-te frio e sem atrativos,
se não há ninguém agora que te inspire a falar ou a ouvir,
se o vento lá fora parece não soprar a teu favor,
se nenhuma palavra consegue agora tocar o teu coração,
se não sentes vontade de nada, se queres simplesmente fazer nada,
se as coisas da Terra parecem-te opacas e sem graça,
se as coisas do Céu agora parecem-te mentiras, histórias inventadas,
se teu corpo não quer exercícios, não quer esforços,
só quer espreguiçar-se,
se agora nada desperta a tua vontade de crescer, de ir adiante,
de abraçar aventuras, desafios, novas metas, sonhos ...
se para tuas perguntas não chegam respostas,
se olhas o relógio como a um inimigo cobrador,

DÁ UM TEMPO ...

O mar não espera pelo rio, no entanto o rio chega.
As árvores não anseiam por novas folhas,
no entanto elas brotam.
As flores não imploram por chuvas,
mas as chuvas - cedo ou tarde - caem.
Os pássaros não se preocupam com o céu,
entretanto o céu lá está.
O dia não guarda ansiedade pelo descanso
da noite e ainda assim ela chega.
A noite não se abala com a própria escuridão,
repousando na certeza de que o dia virá.
A semente precisa do escuro da terra para
abrir-se à luz na hora mais acertada.

Deus não apressa as sementes:
Ele as conhece e respeita-lhes o tempo.
Se neste momento és semente, sossega,
respeita-te ...
e dá um tempo.

Dia de Faxina - Rosy Beltrão



Estava precisando fazer uma faxina em mim…
e fiz: abrindo o armário.
Assim como jogar alguns pensamentos
indesejados fora, lavar algumas essências
que andam meio que enferrujadas,
pois já não brilhavam.
Tirei do fundo das gavetas lembranças
que não uso e não quero mais.
Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões.
Papéis de presente que nunca usei,
sorrisos que nunca darei,
joguei fora a raiva e o rancor
das flores murchas que estavam
dentro de um livro que não li.
Olhei para meus sorrisos futuros
e minhas alegrias pretendidas,
e as coloquei num cantinho ,
bem arrumadinhas.
Fiquei sem paciência,
tirei tudo de dentro do armário
e fui jogando no chão:
paixões escondidas,
desejos reprimidos,
palavras horríveis que nunca queria ter dito,
mágoas de um amigo,
lembranças de um dia triste,
mas havia lá, outras coisas e belas!!!
Um passarinho cantando na minha janela…
aquela lua cor de prata que vi na praia,
o por do sol nas montanhas…
Fui me encantando e me distraindo;
olhando para cada uma daquelas lembranças.
Sentei no chão, para poder fazer minhas escolhas.
Joguei direto no saco de lixo
os restos de um amor que me magoou.
Peguei as palavras de raiva e de dor
que estavam na prateleira de cima,
pois quase não as uso,
também joguei fora no mesmo instante!
Outras coisas que ainda me magoam,
coloquei num canto para depois
ver o que faria com elas.
Se as esquecia lá mesmo
ou se mandava para o lixão.
Aí, fui naquele cantinho, bem naquela gaveta
que a gente guarda tudo o que é mais importante:
o amor, a alegria, os sorrisos,
um dedinho de fé para os momentos
que mais precisamos,
e sabe o que descobri ?
Que tinha um jóia lá, toda embrulhadinha,
tão rara e preciosa,
talvez o maior bem que possua.
Eu não a usava há muito tempo.
Nem sabia que a tinha mais,
tinha me esquecido.
Mas, ela estava lá
e quando eu a olhei,
ela brilhou para mim,
como sempre o fizera;
Peguei-a entre os dedos e fiquei apreciando.
Assim, embevecida e encantada.
Cuidei dela com muito carinho,
despejei meu amor por entre suas frestas
e não deixei de usá-la mais.
Agora mesmo eu a estou usando
para falar com você.
Pode saber o que é?
Sim, amigo, é minha arte de escrever.
De brincar com o teclado e com o jogo
de letras que se fazem visíveis no
meu pensamento mesmo antes dos dedos
tocarem o teclado, mas, que às vezes,
parece que são mais rápidos
que do que ele e posso me divertir mais assim.
E com uma simples frase,
escrever uma história inteira.
Em dia de faxina,
sempre fica tudo uma bagunça incrível,
desorganizamos tudo,
para colocar em ordem depois
mas, melhor é desorganizar a ordem.
porque fica tudo certinho.
Bem, assim …mais fácil para mim.
Recolhi com carinho o amor encontrado,
dobrei direitinho os desejos,
coloquei perfume na esperança,
passei um paninho na prateleira das minhas meta, deixei-as à mostra, para não perdê-las de vista.
Coloquei nas prateleiras de baixo
algumas lembranças da infância,
na gaveta de cima as da minha juventude e, pendurado bem à minha frente,
coloquei o meu amor,
pois eu o uso a todo instante,
mantenho-o sob meu olhar de paixão incontida, banho-o todos os dias com ternura,
dou-lhe atenção de menina,
durmo com ele, bem juntinho, ao meu lado, e encho-o de beijinhos
E ele? Bem, … ele retribui.

domingo, 23 de novembro de 2008

Recomeçar - Carlos Drummond de Andrade



Não importa onde você parou…
em que momento da vida você cansou…
o que importa é que sempre é possível e
necessário “Recomeçar”.

Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo…
é renovar as esperanças na vida e o mais importante…
acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período?
foi aprendizado…
Chorou muito?
foi limpeza da alma…
Ficou com raiva das pessoas?
foi para perdoá-las um dia…
Sentiu-se só por diversas vezes?
é porque fechaste a porta até para os anjos…
Acreditou que tudo estava perdido?
era o início da tua melhora…
Pois é…agora é hora de reiniciar…de pensar na luz…
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal
Um corte de cabelo arrojado…diferente?
Um novo curso…ou aquele velho desejo de aprender a
pintar…desenhar…dominar o computador…
ou qualquer outra coisa…
Olha quanto desafio…
quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te
esperando.
Está se sentindo sozinho?
besteira…tem tanta gente que você afastou com o
seu “período de isolamento”…
tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu
para “chegar” perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza…
nem nós mesmos nos suportamos…
ficamos horríveis…
o mal humor vai comendo nosso fígado…
até a boca fica amarga.
Recomeçar…
hoje é um bom dia para começar novos
desafios.
Onde você quer chegar?
ir alto…sonhe alto… queira o
melhor do melhor… queira coisas boas para a vida…
pensando assim trazemos prá nós aquilo que desejamos…
se pensamos pequeno…
coisas pequenas teremos…
já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente
lutarmos pelo melhor…
o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental…
joga fora tudo que te prende ao passado… ao mundinho
de coisas tristes…
fotos…peças de roupa, papel de bala…ingressos de
cinema, bilhetes de viagens…
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados…
jogue tudo fora… mas principalmente…
esvazie seu coração… fique pronto para a vida…
para um novo amor…
Lembre-se somos apaixonáveis…
somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes…
afinal de contas…
Nós somos o “Amor”…

“ Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do
tamanho da minha altura.”

Amigos queridos



Aproveitando o espírito natalino e uma quantidade enorme de trabalhos que terei daqui pra frente, com o encerramento do ano letivo, achei uma solução, para não deixar este pedacinho de mim em aberto. Estava dando uma olhada em emails antigos e encontrei muitas mensagens bonitas, importantes de serem relembradas, principalmente nessa época do ano, onde o povo parece estar de coração aberto, as vezes esperando apenas uma palavra de encorajamento, de apoio.

A grande maioria já deve conhece- las, faz um certo tempinho que circulam pela internet. Mas sempre terá aquele alguém, aquela pessoa que se identificará. As palavras tem um poder mágico. Uma palavra pode libertar, alegrar, fazer viver, aliviar, rir, incentivar e amar, e assim tantas coisas mais. Não estou dizendo que palavras escritas nesses textos possam mudar uma vida. Porém, espero de coração, que aquele que precise, possa vir a acreditar nelas.

Afinal, a melhor mensagem de natal é aquela que sai de nossos corações e aquece, com ternura, os corações daqueles que nos acompanham.

Caroline

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Dia da Consciência Negra



Racismo no Brasil é, no mínimo, uma burrice.
Quem somos nós?
Que povo é este, que ignora as próprias origens?
Qual é o antepassado do “verdadeiro brasileiro”?

O BRANCO NASCEU NA ÁFRICA NEGRA.

Ter o dia em que se comemora a inserção do negro na sociedade... Que pais é esse?
Honra, justiça e verdade. Estes três adjetivos também significam consciência.
Será que os negros só têm este direito garantido no dia 20 de novembro?
Isso tudo apenas nos mostra as idas e vindas, de "um país de todos", que só serve aos interesses de alguns.

Enfim, sonho com o dia que a luta pela liberdade dos negros acabará.

Caroline

domingo, 16 de novembro de 2008

Razões para sorrir


É! Acabou. Simples assim, foi embora, aquela nuvem que estava encobrindo o sol. Por que será, que em dias assim, até parece que a gente esquece que tudo passa? Esquece que sempre, seja a situação que for, sempre surgem mudanças. Afinal o tempo não pára. Ele não espera por ninguém. Não podemos simplesmente dar “pause” e se dar ao luxo de um tempo pra recuperação. Que nada! O universo não gira em função do umbigo de ninguém. Porém, nesses dias, é bem assim que encaramos o mundo. Como se nossos problemas fossem maiores e mais merecedores da atenção do cara lá de cima.

Curioso, como o baixo- astral é uma droga mesmo. Nos cega, manda embora todo racional, ficamos tão burros quanto uma porta. Agora me diz, do que tanto reclamamos? Hora, de um amor perdido ou não retribuído; outra, de uma traição ou decepção. Por vezes, a incompreensão, daqueles que julgamos nossos maiores devotos de amor. Um emprego perdido, contas vencendo, sonhos adiados. Um dia, olhamos no espelho e aí é a vez daquela gordurinha a mais, do nariz muito grande, queixo pequeno, até mesmo aquele raio de cabelo, que teimosamente, insisti em não ajeitar. Reclamamos da falta de tempo, do tempo oceoso, daquele que não volta mais, do que está por vir. São reclamações sem fim, diárias. Como somos chatos.

Então, vamos fazer o seguinte: até o final do ano (falta tão pouco), antes de reclamar dos nossos infortúnios cotidianos, voltemos nossa mente para as coisas boas, que recebemos diariamente e muitas vezes nem nos damos conta. Quer ver uma coisa?

Perdeu um emprego? Acontece com muito mais gente do que você imagina. Já passei por isso também. Os primeiros dias são fogo. Misto de sentimento de derrota com revolta. Sei lá, parece que o mundo desaba. Mas quer saber? Nada, nem ninguém é insubstituível. A gente lamenta, sofre, chora, quando a verdade é que logo tem outra pessoa ocupando nosso lugar. Bem assim, sem dó nem piedade. Não é o fim, embora pareça, eu sei. Se temos saúde e capacidade, outros trabalhos virão. Pode ter certeza. Nada disso vale uma noite mal dormida. Poderia ser bem pior...

Perdeu um amor? Nada dá certo, quando o assunto é coração? Quem não passou por isso? Histórias de amores perfeitos, só em filmes mesmo, só no faz de conta. Toda relação humana é complicada e cheia de altos e baixos, por que somos exatamente assim. E tem mais, se não acabou como esperava, não era pra ser. Mania essa nossa, de investir, insistir em algo que não leva a nada. Ou melhor, leva sim, sempre fica alguém ferido, magoado. E a culpa é do outro? Claro que não! As escolhas são nossas, assim como as conseqüências também.

Tens reclamado que está sozinha(o)? Poderia ser bem pior, não é? Tem tanta gente por aí, infeliz, vivendo de aparência. Falta coragem, sobra comodidade, pra enfim dar um basta, recomeçar. Entre estar com a pessoa errada e ficar em paz, tranqüila, esperando pelo que o destino tenha preparado, opto por ter meu coração livre. O amor acontece quando é pra ser. Tem hora pra tudo, é nisso que acredito. Não dá pra viver em função dele. Não dá é pra deixar de viver, esperando, queixando-se. O amor virá ou não. Mas o que importa? Como já dizia Renato: “ é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...”

O espelho parece estar de mal contigo? O tempo passou, tudo mudou e o reflexo não é bem aquele que você esperava? Ah! Mulher tem muito disso, né? Quem disse que existe um único e exclusivo modelo de beleza? Se fosse assim, porque tanta gente diferente, mundo a fora? A verdade é que não adianta nada, eu ficar escrevendo linhas e linhas, quando a única coisa que vai fazer a diferença, são duas palavrinhas: amor próprio. Ou me aceito como sou e passo a entender que o amor começa daqui pra fora, ou não terá santo que mudará a visão que cada um faz de si. Nessa vida, somos reflexo do que vivemos, do que damos e recebemos. Esse “se amar” começa aí também. Complicado, uma pessoa que vê o mundo descolorido, sem graça, sem tesão algum, deixar o coração refletir qualquer beleza que seja. Então, se o espelho já da algum sinal de descontentamento, trate de observar se não há nada errado do lado de dentro. Por que, no final das contas, não é essa beleza externa que fica. É quem somos, que ficará pra sempre.

Viu como reclamamos? E olha que são só alguns exemplos. Não julgo ninguém, até por que sou bem assim também. Só que o lado bom, é que geralmente, meus dias mais “depre” duram pouco. O suficiente pra cair na real e ver que sou uma pessoa de muita sorte. Que apesar dos pesares, acordo todos os dias pela manhã e posso ver o sol. Tenho saúde e muitos sonhos pra correr atrás. Minha casa e minha família são meu porto seguro, até mesmo quando surgem atritos e discussões. Conviver é isso, saber lidar com diferenças, respeitando o outro. Tenho amigos, trabalho no que gosto, estou feliz e em paz comigo mesmo... Enfim, MUITAS razões pra sorrir.

O que importa não é o que acontece com a gente. Mas o que a gente faz, com o que acontece com a gente.

Caroline

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Alfabeto


Aquilo
Bastou.
Chamei
De
Esperança.
Fui
Ganhando
Hora,
Imaginei
Já
Longe,
Meu
Navio.
Outro
Porto,
Que
Retorno
Saudosa.
Tempo
Único...
Voltava.
Xodó.
Zelo.


Ps. Infelizmente, não lembro onde li sobre essa idéia, de escrever frases, usando a ordem alfabética das letras. Achei tão legal, que resolvi tentar aqui. Fica a dica, pra quem, de repente, anda sem muita idéia do que escrever.
Assim que descobrir, onde vi isso, darei os devidos créditos.

Caroline

Brincadeira de criança

Quando eu era pequena, ou melhor, assim que nasci, morávamos em uma casa coladinha a da minha avó. Ficamos lá até um pouco antes da minha mana nascer, a poucos meses de completar meu segundo ano de vida. Portanto, dos dias vividos lá, não tenho lembranças muito significantes. São sons, cheiros e flashback’s, que nem sei ao certo se são reais. Depois disso, papai comprou esse apartamento, em que estamos até hoje. Ainda lembro, como se pudesse voltar no tempo, de como foi crescer e descobrir diversas possibilidades de “traquinagens”, pra desespero da mamãe.

Mesmo com tantos brinquedos, joguinhos e bonecas, minha maior paixão era um buraco. Isso mesmo, um simpático compartimento, de 1 metro e meio por 1 e 20 de largura, cravado na parede do quarto da mamãe, ao lado da porta da sacada. A portinha de entrada é estreita, deve ter no máximo meio metro e fica camuflada, quase que esquecida ali, por trás das persianas. Até hoje não sabemos pra que raio fizeram isso. Nós mesmo, já usamos pra vários fins. De esconderijo ultra-secreto, a depósito de “materiais de extremo valor sentimental e apego emocional”, ou seja, cacarecos do coração. Na falta de sótão, tudo aquilo que não conseguimos jogar fora, vai pro “cantinho das quinquilharias”.

Lembro que eu e minha mana adorávamos brincar de elo perdido, igual o seriadinho que passava na nossa infância, ali era nossa caverna. A imaginação criava asas e voava... Podia ser o que quisesse, naquela hora. De princesa presa na torre, a Chitara dos Thundercats, só queria saber de brincar. Engraçado, como na época aquele cantinho parecia tão grande, visto por duas crianças de 3 e 5 anos. Bom mesmo era no verão, por que a parede não tinha revestimento, era geladinho, bem fresquinho. Quem não gostava muito era mamãe, que quase enlouquecia, cada vez que nos pegava lá dentro. Dizia que tinha pó, que tínhamos alergia, podia ter aranhas, blá blá blá... Mas era batata, podia apostar. Silêncio na casa e duas guriazinhas sumidas, tinha endereço certo.

Outras vezes, vencíamos a nossa mãe no cansaço. Então, ela brincava de esconder conosco. Ficava contando, bem lentamente, enquanto corríamos pra nos esconder. Adivinha onde? Mamãe fingia estar complicadíssimo nos encontrar e nos levava a risinhos de ansiedade, pura felicidade, contidos por mãozinhas gordinhas, que seguravam a boquinha, pra não serem descobertas. Acho que se tivesse mais espaço, saltitávamos de euforia. Ele segue lá, basta olha –lo, e feito mágica, volto no tempo, em que me divertir era minha maior preocupação. Ah! Era tão bom...

Conforme fomos crescendo, aquele refúgio foi encolhendo, passar na portinha era um problema. Perdemos também a preferencial, já que papai achou outras serventias pra ele. Mandou forrar a parede com madeira, colocou umas prateleiras e inauguramos um porta malas... Coisa mais sem graça. Humpf! Só não tinha espaço pra mais duas “malinhas”... hehehe.
Assim, terminava nossa história de amor. Custei muito a aceitar, esse corte tão brusco, do meu fiel amigo e escudeiro, o buraco. Mas tudo bem... Superei sem maiores traumas. E como uma linda e doce “anjinha”, que fui quando criança, não demorou muito a inventar novos meios de encher mamãe de fios brancos.


Já contei das cabaninhas, feitas com lençol e cobertores, amarrados na cama? Ô tempo bom...

Tem mais alguém aqui?