segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Ao tempo, o tempo - Silvia Schmidt
Se o teu lugar agora parece-te frio e sem atrativos,
se não há ninguém agora que te inspire a falar ou a ouvir,
se o vento lá fora parece não soprar a teu favor,
se nenhuma palavra consegue agora tocar o teu coração,
se não sentes vontade de nada, se queres simplesmente fazer nada,
se as coisas da Terra parecem-te opacas e sem graça,
se as coisas do Céu agora parecem-te mentiras, histórias inventadas,
se teu corpo não quer exercícios, não quer esforços,
só quer espreguiçar-se,
se agora nada desperta a tua vontade de crescer, de ir adiante,
de abraçar aventuras, desafios, novas metas, sonhos ...
se para tuas perguntas não chegam respostas,
se olhas o relógio como a um inimigo cobrador,
DÁ UM TEMPO ...
O mar não espera pelo rio, no entanto o rio chega.
As árvores não anseiam por novas folhas,
no entanto elas brotam.
As flores não imploram por chuvas,
mas as chuvas - cedo ou tarde - caem.
Os pássaros não se preocupam com o céu,
entretanto o céu lá está.
O dia não guarda ansiedade pelo descanso
da noite e ainda assim ela chega.
A noite não se abala com a própria escuridão,
repousando na certeza de que o dia virá.
A semente precisa do escuro da terra para
abrir-se à luz na hora mais acertada.
Deus não apressa as sementes:
Ele as conhece e respeita-lhes o tempo.
Se neste momento és semente, sossega,
respeita-te ... e dá um tempo.
Um comentário:
Que lindo Carol..lindo mesmo..
vou passar a dar este "tempo"
beijão
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