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sábado, 4 de outubro de 2008

Eu voto por EDUCAÇÃO.


Amanhã é dia de votar e escolher o rumo que “sonhamos” pra nossa cidade... Só fica no sonho mesmo, pq “acontecer” tá difícil, viu? Não tenho boas lembranças, de um certo domingo de eleição, há uns 10 anos atrás. Pra que vcs entendam, é preciso dizer que moro em um bairro de Porto Alegre, onde concentra-se o maior “burburinho” nessas épocas. Pq aqui pertinho de casa estão os diretórios centrais, dos principais partidos. Ficam praticamente lado a lado. Dia de votação é o verdadeiro inferno, pq os militantes tomam as ruas e fazem delas um espaço “democraticamente desorganizado”, para exaltar suas preferência.

Lembro que depois de ter votado, fui até a redenção (Parque Farroupilha), pegar um sol e ver gente. Qdo voltava pra casa, os ânimos já estavam todos exaltados, na espera pela apuração dos votos. Minha mana e eu atravessamos uma rua e a poucos metros estava a esquina do meu apartamento. Levava no peito um bóton, do candidato que havia escolhido e acredito que tenha sido este o motivo pra maior demonstração de ignorância e covardia que já presenciei. Não sei de onde veio, mas passando entre uma multidão de pessoas, senti estalar um tapa em meu rosto. Nunca, em minha vida, havia se quer levado palmadas, nem dos meus pais, nem de ninguém. Sei dizer, que naquela hora, a dor que senti foi da humilhação e da vergonha. Naquele momento, tinha vontade de sumir. Não tive reação, pq não conseguia se quer me mover. Recordo minha irmã, me puxando pelas mãos e de pessoas indignadas, querendo saber se estava tudo bem... Como poderia estar?

Engoli o choro e corri, o máximo que pude, até chegar em casa. Aí pronto, desmoronei em prantos. Era um choro sem fim, doído mesmo... Isso me marcou pra uma vida toda. Desde então, tenho verdadeiro pânico de multidão. Brigas então me deixam super nervosa, tensa, gelo as mãos. Não gosto de assistir nem em ficção.
Amanhã é dia que acordo cedinho, pra cumprir meu dever cívico. Logo depois, ainda na calmaria do despertar dos mais dorminhocos, já estou de volta ao refugio do meu lar, na segurança que só tenho mesmo em casa.

Fazia tempo que não lembrava disso. A verdade, é que a lembrança daquele domingo, só retorna a cada 2 anos. Já nem me pergunto mais “pq eu?”. Pq, naquele momento, aquele tapa tinha que ser dado em mim? O que leva as pessoas a agirem assim, feito animais irracionais? Pq? Pq? Pq? O que sei é, que enquanto não houver EDUCAÇÃO, no sentido amplo da palavra, não se pode esperar muito de pessoas como esta, que naquele dia, infelizmente, acabou cruzando meu caminho.

Carol

“A gente digita tanto número...
No fim, sempre dá 171!”

Alexandre Oliveira

Um comentário:

Vera Vilela disse...

Olha, o tapa foi apenas pra você saber que estava do lado certo, do lado do bem.
Tire isso da cabeça de uma vez, quem fez isso não merece um pedacinho da sua memória.
Beijos

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