sexta-feira, 10 de outubro de 2008
S.O.S
Não sei se acontece com todos, mas tem momentos que preciso de um tempo. Ficar só, para pensar na vida. Sou uma constante observadora e nessas horas, coisa que mais gosto, é sentar e ver a vida passar, poder assisti-la de camarote.
Sempre brinquei de adivinhar o que as pessoas estavam pensando. Escolho uma pessoa qualquer, ou uma situação e tento absorver um pouco do que a linguagem corporal pode me mostrar. Dificilmente algo passa desapercebido por mim. Gosto de detalhes e como boa virginiana me atenho a minúcias. Ando nas ruas buscando o olhar das pessoas. Adoro fisionomias e expressões, me fascina saber que cada um tem sua história.
Você ficaria surpreso, se prestasse mais atenção nisso. As pessoas falam com os olhos. Vejo felicidade, tristeza, dor, paixonite aguda, preocupação, etc. Um dia ainda serei terapeuta voluntária, a serviço do ser humano. Criaria o S.O.S solidão.
Acabei de lembrar uma coisa, que sempre acontece comigo... Descobri que nasci com um imã, já que atraio gente “carente de atenção”. Sou a miss simpatia entre a terceira idade. Pode ser num ônibus, numa fila, sala de espera, supermercado, banco de praça, quando vejo chega alguém e começa a conversar.
Se tem uma coisa que não sou é grosseira. Ficaria muito mal, deixando a pessoa falando sozinha, como vejo muitos fazerem, ignoram na maior cara de pau. Falta educação. Como não me custa nada, ouço com atenção, olhos nos olhos. Até pq as vezes a pessoa precisa somente disto, desabafar. Graças a Deus tenho minha família, tenho amigos, pra quem posso correr e pedir colo,seja quando for. E aqueles que não tem?
Cada vez que uma vovó se aproxima, lembro da minha vó Corina. Imagino ela conversando com alguém que a desrespeite ou simplesmente fizesse pouco caso. Não posso agir assim; primeiro pq tenho educação e segundo pq também serei velhinha um dia, num mundo de jovens sem tempo e impacientes.
Não sou muito de falar, nunca fui. Fico mais solta quando estou entre amigos ou no trabalho, com minhas crianças. Fora isso sou mais retraída e passaria tranqüila por anti-social e “metida”. Porém, não sou. É apenas meus jeito tímido de ser. Contudo, tenho este meu lado “ouvinte” bem apurado e considero um dom. O coloco a disposição de quem precisar. Posso não ser das melhores conselheiras, mas ajudo como posso, de coração.
Enfim, o peso de um problema sempre fica mais leve, quando dividimos com alguém.
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